Em decreto publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, 14, o presidente Jair Bolsonaro transferiu algumas das atribuições de sua Assessoria Especial – comandada, entre outros, pelo chefe adjunto Filipe Martins – para a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE). A Assessoria Especial, que fica na sala 314 do Palácio do Planalto, recebeu o codinome “gabinete do ódio”.
Também nesta sexta-feira, Bolsonaro nomeou o almirante Flávio Augusto Viana Rocha para comandar a SAE, que a partir de agora fica responsável por novas funções, como assistir o presidente na preparação de material de informação e de apoio, de encontros e audiências com autoridades estrangeiras, de preparar a correspondência com autoridades e de encaminhar e processar as proposições e expedientes da área diplomática.
A SAE estava ligada à Secretaria-Geral da Presidência, uma das quatro pastas com status de ministério que funciona no Palácio do Planalto. Assim, o responsável pela secretaria respondia ao ministro Jorge Oliveira, titular da Secretaria-Geral. A partir de agora, a SAE ficará subordinada diretamente ao presidente da República.
A nomeação de Rocha, um oficial-general da ativa da Marinha que estava à frente do 1º Distrito Naval, também foi publicada no Diário Oficial desta sexta, junto com a exoneração de seu antecessor, Bruno Grossi.
Esvaziamento do ‘gabinete do ódio’
A Assessoria Especial foi apelidada de “gabinete do ódio” por sua função de comandar a disseminação de conteúdos em favor da militância conservadora e de extrema direita nas redes sociais. Ali opera o chefe adjunto Filipe Martins, de 31 anos, contratado para o aconselhamento do chefe de Estado sobre temas internacionais por indicação de Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro.
No primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, Martins foi um dos mais influentes do grupo que gravita em torno do presidente. Com a rearticulação elaborada pelo governo, não ficou claro qual grau de atuação o assessor especial terá a partir de agora.