Uma bomba explodiu, nesta terça-feira, durante a passagem do comboio que transportava o primeiro-ministro da Palestina, Rami Hamdallah, que visita a Faixa de Gaza, confirmou o Ministério do Interior da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que culpou o movimento islamita Hamas de “tentativa de assassinato”.
“Uma explosão aconteceu nesta terça-feira em Beit Hanoun junto ao comboio do primeiro-ministro. Não há feridos”, afirmou o porta-voz de Interior em comunicado. No entanto, a rede Al Jazeera informa que há diversos feridos. Três carros ficaram destruídos.
O escritório do presidente palestino, Mahmoud Abbas, responsabilizou o movimento islamita Hamas, que controla o enclave há uma década e que, apesar do processo de reconciliação e a transferência de poder à ANP estipulada em outubro, mantém as competências do Interior e Segurança.
“O ataque ao Executivo de consenso é um ataque à unidade do povo palestino”, declarou o porta-voz da Presidência Nabil Abu Rudeina.
No comboio viajava também o chefe de Inteligência, Majid Faraj, que entrou nesta manhã junto a Hamdallah na Faixa, onde tinham previsto a inauguração de uma usina de tratamento de água e uma reunião com as autoridades do enclave litorâneo.
O primeiro-ministro seguiu com a agenda e garantiu que o incidente não fará com que deixe de entrar em Gaza.
Hamas condena ataque
O movimento islamita Hamas condenou o ataque ao premiê palestino e afirmou que isto ameaça o processo de reconciliação entre as facções palestinas.
“O Hamas condena o crime contra o primeiro-ministro Rami Hamdallah e o considera parte de uma tentativa que pretende desestabilizar a segurança em Gaza e frustrar os esforços para alcançar a união nacional”, expressou o grupo islamita em uma declaração oficial através do Twitter.
O grupo também condenou “as acusações da Presidência da ANP por responsabilizá-lo por este crime”.
O porta-voz da organização palestina, Fawzi Barhoum, pediu também em comunicado que os corpos de segurança e do Ministério de Interior “abram uma investigação urgente e imediata para saber todas as circunstâncias do crime, apontar responsáveis e levá-los perante a justiça”.
Pouco depois do incidente violento, o Hamas deteve vários suspeitos, informou a agência de notícias palestinas Maan.
Hamdallah e seu entorno já saíram de Gaza e se dirigem de volta a Ramala, em Cisjordânia.
O presidente palestino, que realizava numa visita oficial à Jordânia, cancelou o programa para voltar imediatamente a Ramala, declarou o porta-voz do Comitê Central do Fatah à emissora Voz da Palestina.
Abbas se reunirá com diferentes dirigentes para decidir as medidas a tomar após o ataque.
(Com EFE)