Bombardeio israelense contra consulado do Irã na Síria deixa 8 mortos
Ataque ocorre poucos dias depois de bombardeios israelenses matarem 53 em território sírio
Um bombardeio de Israel atingiu nesta segunda-feira, 1, o consulado do Irã em Damasco, capital da Síria, de acordo com a imprensa síria e iraniana. Ao menos oito pessoas morreram, incluindo um general da Guarda Revolucionária iraniana, segundo a agência de notícias AFP.
“Mísseis israelenses destruíram o edifício de um anexo da embaixada iraniana em Damasco”, descreveu o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. O consulado fica anexo à embaixada, que também foi danificada. A casa do embaixador também foi danificada, mas ele e sua família não ficaram feridos. O relato foi corroborado por um repórter da AFP, que esteve no local.
Um porta-voz militar israelense disse à agência de notícias Reuters que não comentaria “relatos da mídia estrangeira”.
O bombardeio ocorre poucos dias depois de ataques israelenses na Síria matarem 53 pessoas, incluindo membros do Hezbollah, facção islâmica do Líbano, e um grande número de soldados sírios. A área atingida fica próximo a depósitos de armas do grupo militante libanês.
O caso desta segunda-feira foi rapidamente criticado pelo ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, que lamentou o o “ataque terrorista” que matou “várias vidas inocentes”. Mekdad acrescentou que Israel “não será capaz de afetar a relação entre o Irã e a Síria”.
Entre as vítimas está Mohammad Reza Zahedi, comandante das Forças Quds na Síria e no Líbano.
Em declarações à agência ISNA, o embaixador iraniano em Damasco afirmou que o “ataque do regime sionista é uma indicação da realidade deste país, que não reconhece o direito internacional e adota qualquer ação desumana para conseguir o que deseja”.
“Este regime cometeu este crime contra os colegas e funcionários da embaixada iraniana e conselheiros militares, alguns dos quais foram martirizados e cujos nomes anunciaremos. O regime sionista agiu contra as leis internacionais, o que resultará na nossa resposta decisiva”, disse.
Desde o início da guerra contra o grupo militante palestino Hamas, em outubro do ano passado, Israel tem intensificado ataques contra grupos ligados ao Irã na Síria e no Líbano, como o Hezbollah.
Israel e o Hezbollah também têm trocado disparos na fronteira sul do Líbano, em paralelo à guerra em Gaza. Mais de 270 combatentes do Hezbollah e 50 civis, incluindo médicos e jornalistas, foram mortos desde que o conflito no enclave palestino começou, enquanto 12 soldados israelenses e 25 civis morreram no norte de Israel.
A frequência dos ataques aumentou desde o início da guerra no Oriente Médio, após os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 óbitos em Israel, e no sequestro de 250 reféns (dos quais 130 permanecem em Gaza). Em resposta, a campanha militar de Tel Aviv matou pelo menos 32.552 palestinos em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o ministério da Saúde administrado pelo Hamas.