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Botsuana ameaça enviar 20 mil elefantes à Alemanha; entenda

Presidente da nação africana se revoltou após Berlim sugerir limites mais rigorosos sobre a importação de 'troféus' oriundos da caça esportiva

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h33 - Publicado em 3 abr 2024, 16h04

O presidente de Botsuana, Mokgweetsi Masisi, fez uma declaração inusitada nesta quarta-feira, 3: revoltado, ameaçou mandar 20 mil elefantes para a Alemanha. A fala ocorreu depois do Ministério do Ambiente alemão sugerir a imposição de limites mais rigorosos à importação de “troféus” oriundos da caça esportiva, permitida na nação africana.

O que aconteceu?

O Partido Verde alemão, liderado por Steffi Lemke, recentemente disparou contra o aumento da caça como uma solução para conter a “superpopulação” de elefantes em Botsuana. Agora, o ministério alemão discute com a União Europeia a possibilidade de expandir a lista espécies protegidas pelas regras de importação.

Em resposta, Masisi disse que os alemães deveriam opinar menos sobre as políticas de seu país. 

“É muito fácil sentar-se em Berlim e ter uma opinião sobre os nossos assuntos no Botsuana. Estamos pagando o preço da preservação destes animais para o mundo, inclusive para o partido de Lemke”, ressaltou o presidente africano. Segundo ele, a pressão pela preservação ambiental gerou um crescimento desenfreado da população de elefantes no país, que hoje soma mais de 130 mil animais.

Problema de peso

Masisi afirmou que os elefantes tornaram-se um problema. Segundo ele, os animais estão matando cidadãos pisoteados, danificando a estrutura das aldeias e comendo as colheitas locais. Para conter esses danos, o país propôs o envio de 8 mil elefantes a Angola e outros 500 a Moçambique, que ainda não buscou os animais. 

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“Gostaríamos de oferecer esse presente à Alemanha”, disse o presidente, irônico, ao jornal Bild, ressaltando que “não aceitaria um não como resposta”.

Caça em Botsuana

A caça esportiva chegou a ser proibida no país africano em 2014, com objetivo de aumentar as áreas de habitats e o número de elefantes, que estava em declínio na época. No entanto, a proibição foi revogada em 2019 a pedido da população. 

Masisi disse que Botsuana protege mais a vida selvagem “do que qualquer outro país do mundo”, convidando o ministro alemão a inspecionar as áreas preservadas do país. O mandatário também comparou a possível aprovação de regras mais duras contra a caça pelas nações europeias como o “ressurgimento das conquistas coloniais”.

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Ele também argumentou que a caça não é suficiente para diminuir a população de elefantes, já que o número de animais mortos “nem chega perto” de atingir o limite imposto pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES) – de 400 elefantes por ano.

Resposta da Alemanha

O Ministério das Relações Exteriores alemão afirmou que o governo alemão não foi contactado por Botsuana para discutir qualquer preocupação sobre o assunto. Iris Throm, porta-voz do Ministério do Ambiente alemão, disse que segue dialogando com os países africanos afetados pelas regras de importação, incluindo Botsuana.

A Alemanha faz parte do grupo de países que mais importam “troféus” de caça na União Europeia, segundo o ministério. Dos 650 negociados ao redor do mundo em 2023, Berlim comprou 26, de acordo com dados da Agência Federal para a Conservação da Natureza da Alemanha.

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