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Brasil concede asilo diplomático a ex-primeira-dama do Peru condenada em caso Odebrecht

O ex-presidente peruano Ollanta Humala e Nadine Heredia foram sentenciados a quinze anos de prisão por lavagem de dinheiro

Por Sara Salbert, Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 abr 2025, 10h35 - Publicado em 16 abr 2025, 10h15

O governo brasileiro concedeu na noite de terça-feira 15 asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores peruano. Ela deve chegar a Brasília às 12h30 nesta quarta-feira, 16, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

“A Embaixada da República Federativa do Brasil no Peru comunicou que, em aplicação da Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual ambos os Estados são parte, decidiu conceder asilo diplomático à senhora Nadine Heredia Alarcón e a seu filho menor, Samin Mallko Ollanta Humala Heredia”, comunicou a defesa do ex-presidente peruano Ollanta Humala, marido de Nadine.

Humala e sua esposa foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro na terça-feira. A Justiça peruana concluiu que ambos receberam milhões de dólares da empreiteira brasileira Odebrecht para financiar duas campanhas presidenciais (2006 e 2011). A sentença, proferida pela Corte Superior Nacional, determina que Humala e Heredia cumpram a pena até julho de 2039.

Humala, único dos réus presente no tribunal durante o julgamento, foi escoltado por policiais ao deixar o local e  já cumpre pena de prisão. Heredia, por sua vez, entrou na embaixada brasileira em Lima para pedir asilo horas após ser condenada, segundo a chancelaria peruana. 

De acordo com o ministério, o governo peruano fornecerá passagem e garantias para a transferência de Heredia e seu filho menor de idade para o Brasil. 

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“O Estado peruano, respeitando os compromissos internacionais assumidos no campo do direito de asilo, concedeu o salvo-conduto e as garantias correspondentes para a transferência de Nadine Heredia e seu filho”, declarou o Ministério das Relações Exteriores do Peru em um comunicado oficial.

A chancelaria do Peru informou que o pedido de asilo foi feito “em conformidade com o estabelecido na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Brasil são signatários.”

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Além dos repasses da construtora, a corte também apontou envolvimento financeiro do governo de Hugo Chávez no financiamento das campanhas do casal. O processo, iniciado em 2022, levou à condenação de outros nomes próximos, como Ilán Heredia, irmão de Nadine, sentenciado a 12 anos.

Corrupção em massa

Com a condenação, Humala torna-se o terceiro ex-presidente peruano condenado por corrupção em menos de duas décadas — e o segundo dos quatro implicados diretamente no escândalo da Odebrecht no país.

Antes dele, Alejandro Toledo e Alberto Fujimori também foram sentenciados. Já Alan García cometeu suicídio em 2019, minutos antes de ser preso. Toledo, que governou entre 2001 e 2006, foi condenado em 2024 a mais de 20 anos de prisão por receber subornos milionários em troca de contratos de obras públicas.

Desde que a Odebrecht admitiu, em 2016, o pagamento de propinas a autoridades de diversos países latino-americanos, o Peru tornou-se um dos mais impactados pelo escândalo, com quase todos os presidentes eleitos desde 2001 investigados, processados ou condenados.

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