O governo brasileiro expressou “seu mais firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo” após duas explosões matarem ao menos 103 pessoas no Irã nesta quarta-feira, 3. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores também expressou condolências aos familiares das vítimas e solidariedade ao povo e ao governo do Irã.
De acordo com a televisão estatal iraniana, houve duas explosões consecutivas na cidade do sul do país, durante um evento que marcava o aniversário de morte do general Qassem Soleimani, assassinado pelos Estados Unidos em 2020.
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“As explosões foram causadas por ataques terroristas”, disse a TV estatal, citando uma autoridade local da província de Kerman.
Babak Yektaparast, porta-voz dos serviços de emergência do Irã, afirmou que 73 pessoas morreram e 170 ficaram feridas. A televisão estatal, porém, disse mais tarde que pelo menos 103 pessoas foram mortas, e a emissora sugere que 170 é um número subestimado de feridos.
O incidente
A agência de notícias iraniana Tasnim, citando fontes, afirmou que as duas bombas que explodiram perto do túmulo de Soleimani foram detonadas por controle remoto.
“Dois sacos contendo bombas explodiram” no local, disse a Tasnim, que é próxima do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, do qual Soleimani fazia parte.
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Já a agência de notícias estatal ISNA afirmou que o prefeito de Kerman, Saeed Tabrizi, disse que as bombas explodiram com 10 minutos de intervalo.
Resposta
Depois das explosões consecutivas, a Força Quds, também conhecida como brigada Al-Quds – a elite da Guarda Revolucionária iraniana –, comunicou que atacou soldados israelenses na Faixa de Gaza, em ação coordenada com o grupo terrorista palestino Hamas.
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“Esta tarde, numa operação conjunta com a Al-Qassam, bombardeamos 60 grupos de veículos e soldados inimigos nas linhas de frente que avançam sobre o centro de Khan Younis”, disse a Al-Quds em comunicado, usando o nome do braço armado do Hamas.
Não há evidências, por enquanto, de que o Exército de Israel esteja conectado de alguma forma às explosões em território iraniano. Os militares israelenses não se pronunciaram, e nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.