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‘Brasil não tem problema com Israel, tem com Netanyahu’, diz Lula

Perguntado sobre o momento atual do cessar-fogo em Gaza, presidente disse ser 'começo muito promissor'

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 out 2025, 13h46 - Publicado em 13 out 2025, 13h45

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 13, que o governo brasileiro tem problemas com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não com Israel enquanto país.

“O Brasil não tem problema com Israel, o Brasil tem problema é com Netanyahu. A hora que Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre o Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa”, disse a jornalistas durante evento em Roma, onde participa do Fórum Mundial da Alimentação. “Nós sabemos o papel que o povo judeu tem feito, inclusive lutando contra a atitude do Netanyahu. Nós sabemos que o povo judeu não concordava em muita parte com aquela guerra”.

Perguntado sobre o momento atual do cessar-fogo em Gaza, Lula disse estar feliz porque “é um começo muito promissor”.

“O fato do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ter ido ao Parlamento em Israel e ter falado é muito importante. Eu espero que aqueles que ajudaram Israel na sua posição de virulência agora ajudem a ter uma paz definitiva”, declarou. “Antes tarde do que nunca. Finalmente, parece que se encontrou uma saída para o conflito entre Israel e os palestinos”. 

Nesta segunda-feira, os 20 reféns que eram mantidos vivos em Gaza retornaram para as suas famílias em Israel como parte do acordo de cessar-fogo liderado pela Casa Branca. Ao todo, eles ficaram 738 dias sob controle do grupo radical Hamas. Os sobreviventes foram devolvidos à Cruz Vermelha, que intermediou a entrega ao exército de Israel, em duas levas. Em troca, mais de 1.700 palestinos que foram presos desde 7 de outubro de 2023 e outros 250 que cumprem pena perpétua também começaram a ser soltos.

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As falas seguem tensas relações entre Israel e o presidente brasileiro, que reiteradamente acusa o governo israelense de cometer genocídio em território palestino — termo que ainda enfrenta resistência dado o peso do crime, mas que tem ganhado cada vez mais espaço em meio a denúncias como a de Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, que falou a VEJA sobre o tema.

No começo do ano passado, Tel Aviv chegou a declarar Lula persona non grata devido a uma fala em que acusou o Exército israelense de conduzir um genocídio em Gaza e comparar suas ações ao Holocausto contra os judeus durante o regime nazista de Adolf Hitler. Durante uma fala na cúpula da União Africana, na Etiópia, o mandatário brasileiro afirmou: “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

Em agosto, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, foi às redes sociais nesta terça-feira para postar uma montagem do presidente Lula, em que o mandatário é controlado como uma marionete pelo líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e criticá-lo como suposto “antissemita” por retirar o Brasil da Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA), um organismo originalmente criado para combater o preconceito contra judeus.

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Os brasileiros ingressaram como observadores na IHRA em 2021, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo diplomatas, o governo Lula optou por sair da aliança sob a alegação de que o ingresso foi feito de forma “apressada”, sem levar em conta obrigações legais e financeiras que precisariam ser reavaliadas. Dias depois, o Brasil entrou formalmente na ação movida contra Israel pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça (TPI). Os sul-africanos acusam os israelenses de cometerem genocídio na Faixa de Gaza.

A postagem de Katz foi feita depois do Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciar que iria rebaixar relações com o Brasil, citando a decisão do Itamaraty de não responder à indicação de um novo embaixador israelense em Brasília.

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“Após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador (Gali) Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior”, afirmou a chancelaria israelense em comunicado, publicado pelo jornal israelense Times of Israel.

O documento afirma ainda que a “linha crítica e hostil que o Brasil tem demonstrado em relação a Israel desde 7 de outubro se intensificou a partir do momento em que o presidente Lula comparou as ações de Israel às dos nazistas. Em resposta, Israel ‘o declarou persona non grata'”. 

Israel indicou Dagan — que deixou o cargo de embaixador na Colômbia em 2024 após atrito com o presidente Gustavo Petro — para assumir o posto em Brasília em janeiro. O governo brasileiro, no entanto, em vez de conceder o agrément, deixou o pedido em análise. Em entrevista à TV Globo, o ex-chanceler brasileiro e assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse que a decisão de não responder à indicação foi uma resposta ao tratamento dado ao ex-embaixador Frederico Meyer, retirado de Tel Aviv no ano passado, e que teria sido alvo de “humilhação pública”.

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