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Brasil passa vergonha em exposição no Japão

Mudança de projeto, redução de custos e até incêndio marcam Pavilhão do Brasil na Expo 2025 de Osaka

Por Ana Pessoa
Atualizado em 13 abr 2025, 21h05 - Publicado em 13 abr 2025, 15h30

Quem acha que o drama do momento é se houve ou não algo a mais que terminou em rompimento entre os atores de White Lotus 3, Aimee Lou Wood and Walton Goggins, não sabe o que se passou nos bastidores da realização do Pavilhão do Brasil na Expo 2025 de Osaka, aberta neste domingo, 13.

Fatos: em 2022, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) anunciou o resultado do concurso público para realização do pavilhão. O júri, formado pela arquiteta Sylvia Ficher, da Universidade de Brasília, e o atual Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, André Aranha Corrêa do Lago, conhecido crítico de arquitetura e então embaixador do Brasil na Índia, elegeu o trabalho do escritório paulistano MK27 (do brilhante Márcio Kogan) em parceria com a Magnetoscópio Offices, do estelar curador de arte Marcello Dantas.

A proposta vencedora logo virou matéria nas mais respeitadas publicações sobre arquitetura do mundo. Até agosto de 2023, Marcello Dantas falava com orgulho sobre o projeto em seu Instagram.

Em meados de abril do ano passado, surgiram, discretamente, notinhas na imprensa anunciando a participação da diretora Bia Lessa. Em junho do mesmo ano, a diretora foi oficialmente apresentada como a responsável pelo pavilhão, composto de um edifício com dois pisos, e área aproximada de mil metros quadrados, ou seja, um terço da área do projeto original. O plano de construir por conta própria, no pavilhão do Tipo A, simplesmente deixou de ser citado e, nos bastidores, dizem que a mudança fez com que o curador e os vencedores do projeto resolvessem tirar o time de campo.

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Exposição mundial com cerca de 160 países e regiões foi aberta neste domingo, 13 (Ana Pessoa/VEJA)
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Esta é a primeira vez que um país mostra o projeto de um pavilhão do Tipo X. Jorge Viana, chefe da ApexBrasil, assumiu, em entrevista coletiva, que “a transição para o X reduziu significativamente os custos de construção”. Bia Lessa, que é diretora de teatro, ópera, shows e instalações e trabalha como curadora e cenógrafa de exposições e museus, disse que “a dificuldade foi uma alegria”, referindo-se à mudança para um espaço menor. O motivo, digamos, “oficial” para o Brasil ter mudado de pavilhão é que havia um temor de não conseguir concluir a obra a tempo. Bia Lessa disse que o governo japonês sugeriu a mudança para o Tipo X, o que salvou a participação do Brasil, mas derrubou o conceito original, disputado em concurso em 2022.

Guardado a sete-chaves, o design do pavilhão menor conta com uma floresta inflável. Inicialmente, ela seria feita com sacolinhas de plástico – mas a matéria-prima das sacolinhas é altamente inflamável e foi indicada a utilização de nylon. Na semana passada, coincidência sinistra, um princípio de incêndio atingiu as obras do pavilhão do Brasil. Segundo a organização da Expo 2025, por volta das 19h30 do dia 04 de abril, o alarme de incêndio instalado no pavilhão brasileiro foi acionado, e 16 viaturas do corpo de bombeiros foram enviadas ao local. No entanto, ao chegarem, o fogo já havia sido controlado. O incêndio atingiu materiais do teto e parte da fiação elétrica. A investigação da polícia e dos bombeiros segue em curso.

A série de confusões gerou adiamentos da abertura do Pavilhão por três vezes (os demais países presentes cumpriram o cronograma do evento). Segundo a nova previsão, o espaço do Brasil será inaugurado nesta segunda, 14 — se tudo certo.

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