O Ministério das Relações Exteriores negociou com o governo da África do Sul e com a companhia aérea brasileira Latam um voo para repatriar pelo menos 300 brasileiros retidos no país, que está sob uma quarentena desde 26 de março para conter o avanço do novo coronavírus (SARS-CoV-2). O avião deve partir na madrugada desta quarta-feira, 1. Outros 300 brasileiros permanecerão na África do Sul e serão resgatados em um voo fretado pelo Itamaraty.
Embarcarão apenas os brasileiros que já haviam comprado as passagens para o voo da Latam previsto para decolar às 4h55 (9h55, em Brasília) do Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo. O avião deve pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na grande São Paulo, às 11h de quarta.
A embaixada brasileira em Pretória está coordenando o transporte dos passageiros até o aeroporto de Joanesburgo por meio de mais de 11 ônibus.
Segundo mensagem enviada na manhã desta terça-feira por um funcionário da embaixada aos brasileiros que estão no país, as autoridades sul-africanas, que ainda não autorizaram formalmente a operação mas apenas indicado aprová-la, poderiam impedir o voo. Nedilson Jorge, embaixador do Brasil na África do Sul, afirmou em vídeo divulgado pelo Itamatary que este será o primeiro voo de repatriação de estrangeiros da África do Sul. Ele informou que as autoridades locais adotarão medidas sanitárias que podem atrasar a decolagem.
Cerca de 200 brasileiros que não estão na lista de passageiros do voo da Latam deverão permanecer na África do Sul. O Itamaraty planeja repatriá-los por meio de um voo fretado, com possibilidade de escala na Cidade do Cabo. “Eu asseguro que, em breve, nós vamos levar vocês de volta ao Brasil por um voo charter que estamos em processo avançado de negociação”, afirmou Jorge, sem dar previsão de data.
Com uma população de 56 milhões, a África do Sul registrou 1.326 casos da Covid-19 e três mortes até esta terça-feira, segundo estimativa do jornal The New York Times, está em quarentena desde 26 de março. A medida, decretada pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, deve perdurar até 16 de abril pelo menos. Dentre as restrições adotadas está a proibição da venda de até mesmo bebidas alcoólicas e cigarros.