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British Airways vai leiloar coleção milionária de arte para aliviar crise

Considerada 'o melhor da arte britânica', coleção tem obras de Bridget Riley e Damien Hirst, mas vendas não serão suficientes para cobrir perdas financeiras

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h56 - Publicado em 14 jul 2020, 19h46
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  • A crise econômica, decorrente da pandemia de Covid-19, tem obrigado as empresas do setor da aviação a encontrarem soluções criativas para recuperar as receitas. Em vez de leiloar aviões, a British Airways, do Reino Unido, anunciou, nesta terça-feira, 14, que pretende abastecer o caixa, vendendo sua coleção multimilionária de arte, que inclui obras de Bridget Riley, Damien Hirst e Marc Quinn.

    O leilão deve render uma soma de, ao menos seis dígitos, segundo o jornal britânico The Guardian. “Cool Edge”, de Riley, que costumava decorar os salões executivos da British Airways, foi avaliada em 1,2 milhões de dólares no ano passado. A peça de destaque da coleção será leiloada em um evento da casa de leilões Sotheby’s, em Londres, no dia 28 de julho. Outro leilão on-line também deve ocorrer no mesmo mês.

    Cool Edge, Riley
    “Cool Edge”, de Bridget Riley, é a peça de destaque da coleção, avaliada em 1,2 milhões de dólares – 14/07/2020 (Sotheby's/Reprodução)

    Oliver Barker, presidente da Sotheby’s na Europa, disse que a coleção apresenta “o melhor da arte britânica”, dos modernistas aos jovens artistas dos anos 90. Com cerca de 1.500 peças, também inclui sete outras obras de Riley, além de outras de Marc Quinn e Julian Opie. O famoso portfólio “Grasshopper”, de Peter Doig, também é destaque, assim como pinturas de Terry Frost e Patrick Heron.

    Contudo, a venda das obras não deve ser suficiente para cobrir as perdas durante a pandemia A British Airways deixou no solo a maior parte de sua frota no final de março e a maioria das rotas só devem voltar à atividade no final deste mês. O Guardian reporta que a IAG, dona desta e outras companhias aéreas, disse que seus gastos chegam a quase 34 milhões de dólares por dia.

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    O gesto será, mais que qualquer outra coisa, simbólico: é um jeito da companhia demonstrar seu compromisso em esgotar todos os recursos antes de começar a demitir funcionários.

    Em abril, a British Airways disse aos sindicatos que estava planejando fazer até 12.000 demissões, além de reduzir salários de milhares de pessoas. Trabalhadores do setor e parlamentares acusaram a companhia aérea de aproveitar a pandemia para reduzir custos.

    Também nesta terça-feira, 14, outra companhia aérea britânica, a Virgin Atlantic, finalizou um acordo de resgate no valor de 1,5 bilhão de dólares. A medida deve, ao menos por enquanto, proteger 6.500 empregos.

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    Após o governo ter rejeitado pedidos de financiamento, a Virgin correu atrás de investidores privados. A emissora britânica BBC reporta que o acordo inclui fundos do grupo americano Davidson Kempner Capital Management e o adiamento de cerca de 450 milhões de libras (564,8 milhões de dólares) em pagamentos a credores. Segundo a companhia, o refinanciamento garante ao menos cinco anos na ativa.

    O dono do Virgin Group, Sir Richard Branson, se ofereceu até para hipotecar sua ilha de férias no Caribe em troca de novos investimentos. Mas a venda de algumas ações da empresa de turismo espacial associada ao grupo, Virgin Galactic, salvou a empresa por enquanto.

    Em maio, a companhia aérea anunciou 3.500 demissões e o fechamento de sua base no aeroporto de Gatwick, em Londres. A empresa já disse que, embora os planos de reestruturação e investimento protejam os demais empregos, isso não altera a necessidade de remodelar o tamanho dos negócios.

    Com a circulação de pessoas reduzida e as fronteiras fechadas por conta da pandemia de coronavírus, o portal Statisa estima que companhias aéreas perderam até 124 bilhões de dólares durante o primeiro semestre do ano.

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