O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tem total confiança no novo governo da Espanha, disse a porta-voz da instituição em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (01).
“Ele enviou (ao primeiro-ministro Pedro Sánchez) uma carta de felicitações declarando sua confiança de que o governo espanhol irá continuar a contribuir de maneira construtiva a uma União Europeia mais forte e unida”, disse Mina Andreeva.
A porta-voz acrescentou ainda que Bruxelas tomou nota do compromisso de Sánchez de “não modificar o orçamento de seu antecessor”.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, enfatizou, em outra carta de felicitações, que a “unidade europeia é agora mais necessária do que nunca” e desejou boas-vindas a Sánchez na próxima cúpula de chefes de Estado e de Governo do bloco em junho.
Com o apoio de uma intrincada maioria, o líder socialista Pedro Sánchez derrubou nesta sexta-feira (1º) o conservador Mariano Rajoy e se tornou o novo primeiro-ministro da Espanha.
Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), reuniu o apoio da maioria dos deputados do Parlamento (180 de 350) para a moção de censura, apresentada depois que a Justiça condenou o Partido Popular (PP) de Rajoy em um caso de corrupção.
Ao assumir o cargo, o atual secretário-geral do PSOE se tornará o sétimo presidente do Governo desde a restauração da democracia, em 1977, e sucederá seu adversário político com quem teve uma relação fria e distante, exceto a postura comum contra o processo separatista da Catalunha.
No primeiro processo eleitoral do qual ambos participaram, em 2015, Sánchez chegou a dizer que o rival não era um político “decente”, por causa dos casos de corrupção protagonizados nos últimos anos por políticos do Partido Popular (PP).
Alemanha
A Alemanha também se pronunciou sobre a troca de governo na Espanha e cobrou um governo estável no país. “Nós esperamos um governo estável em Madri”, disse o porta-voz Steffen Seibert, quando perguntado sobre a situação no governo espanhol.
Também nesta sexta-feira, o Tribunal Regional Superior de Schleswig-Holstein, na Alemanha, solicitou a extradição do ex-presidente catalão Carles Puigdemont à Espanha por rebelião e desvio de fundos públicos e pediu à Audiência Territorial a detenção do político por considerar que existe o risco de fuga.
Puigdemont foi preso em março devido a um mandado de prisão emitido por Madri enquanto entrava na Alemanha, depois de deixar a Espanha pela Bélgica.
O governo espanhol, ainda sob o controle de Rajoy, destituiu o governo regional da Catalunha, liderado por Puigdemont, após uma declaração de independência que seguiu um referendo proibido pelo governo central no dia 1º de outubro de 2017.
Madri tem bloqueado todas as tentativas de independência em tribunais, citando a Constituição espanhola que diz que a Espanha é indivisível.
(Com Reuters, AFP e EFE)