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Bukele nega acusações de que imigrante foi torturado em prisão em El Salvador

Kilmar Ábrego García alega que sofreu 'espancamentos severos, privação extrema de sono, alimentação inadequada e tortura psicológica' enquanto estava detido

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 jul 2025, 14h36

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, rejeitou nesta sexta-feira, 4, as acusações de que um imigrante deportado por engano pelos Estados Unidos ao país foi torturado. Kilmar Ábrego García, de 29 anos, foi afastado da esposa e do filho — ambos cidadãos americanos —, e deportado em março, mesmo após uma decisão judicial de 2019 que proibia sua remoção para El Salvador, sob risco de perseguição por gangues. Segundo as autoridades americanas, o caso foi um “erro administrativo”.

No X, antigo Twitter, Bukele publicou um vídeo em que Ábrego García aparece bem em uma suposta cela da prisão. A gravação também conta com imagens do imigrante salvadorenho assistindo à televisão, em momentos de alimentação e em consultas médicas. O líder ultradireitista disse que “tudo o que um criminoso alega é aceito como verdade pela grande mídia e pelo decadente judiciário ocidental”.

“Mas o homem não foi torturado nem perdeu peso. Aliás, fotos mostram que ele engordou durante a detenção. Há muitas imagens de diferentes dias, incluindo seu encontro com o senador Van Hollen, que confirmou pessoalmente que o homem parecia bem”, disse Bukele.

Se ele tivesse sido torturado, privado de sono e passado fome, por que ele aparece tão bem em todas as fotos? Por que ele engordaria? Por que não há hematomas ou olheiras?”, questionou.

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Na semana passada, os advogados de Ábrego García afirmaram que ele sofreu “espancamentos severos, privação extrema de sono, alimentação inadequada e tortura psicológica” na prisão antiterrorismo de Cecot. O salvadorenho, que teria perdido 14 quilos em duas semanas, relatou que outros prisioneiros “estavam confinados em beliches de metal sem colchões, numa cela superlotada, sem janelas, com luzes brilhantes que permaneciam acesas 24 horas por dia e acesso mínimo a saneamento”.

Ábrego García foi, então, transferido junto a quatro presos para uma parte diferente da prisão. Lá, segundo os advogados, eles “foram fotografados com colchões e comida melhor – fotos que pareciam ter sido encenadas para documentar melhores condições”.

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Preso nos EUA

Depoimentos anexados ao processo apresentado à Justiça federal em Maryland alegam que autoridades da prisão reconheceram que Ábrego García não era membro de gangue e que suas tatuagens não significavam uma filiação criminosa. Ele, contudo, teria sofrido ameaças de que seria transferido para uma cela com criminosos que, segundo as autoridades, “o ‘destruiriam'”.

O governo Trump chegou a alegar anteriormente que Ábrego García era membro da gangue MS-13, um dos dois principais grupos armados que viviam em guerra em El Salvador — afirmação que os advogados do salvadorenho negam categoricamente. O Departamento de Segurança Interna americano reafirmou essa acusação na quarta-feira, em comunicado online.

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Mesmo após ter sido trazido de volta aos EUA em 6 de junho, Abrego permanece detido no estado do Tennessee. Ele agora responde a um processo criminal sob acusação de integrar uma rede de contrabando humano com pelo menos cinco cúmplices. O imigrante se declarou inocente, mas o governo já sinalizou que pretende deportá-lo novamente, caso seja condenado.

 

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