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Cadê o conluio com a Rússia?, questiona Trump após condenação de ex-aliado

Condenação de Paul Manafort e delação de ex-advogado Michael Cohen devem aumentar pressão que já existe por impeachment do republicano

Por Da Redação
Atualizado em 22 ago 2018, 19h05 - Publicado em 22 ago 2018, 08h58
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  • No mesmo dia em que dois de seus ex-aliados se viram na mira da Justiça, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em um comício no Estado da Virgínia Ocidental que a investigação comandada pelo conselheiro especial Robert Mueller “não consegue encontrar conluio com a Rússia“.

    Trata-se de referência às suspeitas de colaboração entre a campanha vencedora da corrida à Casa Branca de 2016 e Moscou em busca de favorecimento na eleição presidencial.

    “Cadê o conluio com a Rússia? Eles não conseguem encontrar conluio com a Rússia”, questionou Trump a uma plateia de apoiadores nesta terça-feira 21.

    Mais cedo, um júri federal considerou Paul Manafort, que foi diretor de campanha do atual presidente, culpado em oito acusações de fraude fiscal e bancária.

    Também nesta terça, o seu ex-advogado pessoal Michael Cohen confessou ser culpado de acusações de fraude fiscal, fraude bancária e violações a leis de financiamento de campanha. Além disso, Cohen afirmou que agiu “em coordenação e sob a direção de um candidato para um cargo oficial federal”, mas não citou o nome de Trump em sua confissão.

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    Ao assumir sua culpa, Cohen disse ao juiz William Pauley que pagou 130.000 e 150.000 dólares durante a campanha eleitoral de 2016 em troca do silêncio de duas mulheres que teriam se relacionado com o presidente, “a pedido do candidato e com a intenção de influenciar na eleição” presidencial.

    O juiz Pauley pronunciará a sentença de Cohen no dia 12 de dezembro, e o advogado poderá receber até cinco anos de prisão por cada um dos crimes de sonegação fiscal, trinta anos por fraude bancária e cinco anos por cada delito de violação da lei de financiamento de campanha.

    A Casa Branca se negou a comentar as afirmações do Cohen. Mais tarde, em comunicado à imprensa americana, o advogado do Trump, Rudolph Giuliani, declarou que “não há acusações de qualquer crime contra o presidente no que foi apresentado pelo governo contra o Sr. Cohen”.

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    A decisão de Cohen em admitir sua culpa deve se transformar em um problema real para Trump. Apesar de a tradição legal dos Estados Unidos assinalar que um presidente não pode ser julgado no cargo, a admissão de Cohen certamente aumentará a pressão que já existe por um impeachment do republicano.

    A líder do Partido Democrata na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi (Califórnia), afirmou que os casos envolvendo Paul Manafort e Michael Cohen são “mais uma prova da corrupção desenfreada e da criminalidade no coração do círculo íntimo do presidente americano, Donald Trump”.

    Para a democrata, essas condenações são mais uma prova de que as investigações sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial americana de 2016 precisa continuar sem sofrer interferências.

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    O senador democrata Richard Blumenthal também se pronunciou, afirmando que, após as revelações de terça “não há outra leitura” senão a de que Trump “é um cúmplice criminoso não indiciado”.

    Economia

    No comício na Virgínia Ocidental, Trump também defendeu sua política comercial alegando que os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 25% sobre a importação de automóveis da União Europeia e que essa medida converterá o atual déficit comercial americano, que ele próprio estimou em 151 bilhões de dólares anuais, em um superávit de valor igual com o bloco de nações.

    Trump também garantiu que os Estados Unidos estão “a caminho de um acordo justo com o México“, argumentando que o presidente eleito do país vizinho, Andrés Manuel López Obrador, “sabe que o México precisa dos Estados Unidos”. “Eu me dou melhor com ele que com o capitalista”, acrescentou o americano, em referência ao atual mandatário, Enrique Peña Nieto.

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    A China não ficou de fora do discurso do líder da Casa Branca. Ele opinou que, antes da sua chegada à Presidência, a China “estava a caminho de ser maior que nós”. “Isso não vai acontecer”, prometeu, em meio às reiteradas acusações de que Pequim rouba tecnologia americana.

    (Com Estadão Conteúdo e AFP)

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