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Calor extremo mata 550 pessoas durante peregrinação muçulmana a Meca

Sob temperaturas que ultrapassaram os 50°C na Arábia Saudita, cidadãos do Egito, Indonésia e Irã foram vítimas de doenças causadas por altas temperaturas

Por Da Redação
Atualizado em 19 jun 2024, 10h39 - Publicado em 19 jun 2024, 10h31
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  • Pelo menos 550 pessoas morreram na Arábia Saudita neste ano durante a peregrinação muçulmana a Meca, chamada Haji, devido ao calor extremo, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 19.

    O Haji, um dos cinco pilares do islamismo, teve início na sexta-feira 15 sob temperaturas que ultrapassaram os 50°C. Cerca de 1,8 milhão de muçulmanos participaram da peregrinação deste ano, sendo 1,6 milhão deles vieram do exterior, segundo autoridades sauditas.

    Pelo menos 323 egípcios morreram durante o Haji, quase todos vítimas de doenças causadas pelo calor, segundo informações do necrotério do hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca, divulgadas por diplomatas árabes. “Todos eles [os egípcios] morreram por causa do calor”, exceto um que sofreu ferimentos fatais em meio a uma pequena multidão, disse um dos diplomatas ao jornal britânico The Guardian.

    O Ministério das Relações Exteriores do Egito afirmou que Cairo e as autoridades sauditas iniciaram uma operação de busca para encontrar os seus cidadãos que desapareceram durante a peregrinação. 

    Os diplomatas afirmam que pelo menos 60 jordanianos morreram, número que ultrapassa o dado oficial de 41 mortes divulgado por Amã, capital da Jordânia, nesta terça-feira. Outros países que registraram mortes durante a peregrinação deste ano incluem a Indonésia, o Irã e o Senegal. 

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    Temperaturas extremas 

    Os termômetros atingiram 51,8°C na Grande Mesquita de Meca na segunda-feira 17, de acordo com o centro meteorológico nacional saudita. As autoridades do país recomendaram que os peregrinos utilizem sombrinhas contra o sol, evitem sair nos horários mais quentes do dia e bebam muita água.

    Mais de 2 mil peregrinos receberam tratamento médico até o domingo 16, após sofrerem de estresse térmico. As autoridades de saúde também “forneceram consultas virtuais a mais de 5.800 peregrinos, principalmente para tratar doenças relacionadas ao calor, permitindo uma intervenção imediata e mitigando o potencial de aumento de casos”, informou a Agência de Imprensa Saudita oficial.

    Muitos dos rituais do Haji, incluindo as orações no Monte Arafat que ocorreram no sábado, são realizados ao ar livre, fazendo com que os peregrinos fiquem expostos diretamente ao sol. 

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    Clandestinos

    Todos os anos, dezenas de milhares de pessoas tentam chegar a Meca através de rotas irregulares por não possuírem recursos financeiros para adquirir os vistos oficiais do Haji.

    A peregrinação clandestina coloca muitos muçulmanos em risco durante os períodos de calor extremo, pois impede que eles percorram a rota oficial do Haji, que é equipada com ar condicionado. No Egito, o número de mortos cresceu “exponencialmente” devido à grande quantidade de viagens irregulares, disse um diplomata à agência de notícias AFP nesta terça-feira. 

    “Os peregrinos irregulares ficaram muito tempo sem comida, água e ar condicionado”. Eles morreram “de calor porque a maioria das pessoas não tinha onde” se abrigar, afirmou um oficial egípcio que supervisiona a missão da peregrinação no país.

    No início deste mês, as autoridades sauditas expulsaram milhares de peregrinos não registados de Meca antes do Haji.

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