Câmara dos EUA formaliza processo de impeachment contra Trump
Audiências de investigação serão transmitidas ao público e presidente poderá apresentar testemunhas de defesa
A formalização do processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi aprovada nesta quinta-feira, 31, após votação na Câmara dos Deputados. A resolução que passou na Casa permitirá aos legisladores interrogarem publicamente as testemunhas e elaborarem um relatório final.
A votação é o primeiro teste formal de apoio para o inquérito que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, lançou no dia 24 de setembro. A investigação apura se Trump pressionou a Ucrânia a ajudar sua campanha à reeleição em 2020, acusação que ele nega.
A resolução foi aprovada por 232 votos a favor e 196 contra. O documento estipula um roteiro, embora não um calendário, para continuar com uma investigação que até agora tem sido conduzida em regime confidencial e segundo regras estabelecidas pela maioria democrata, de oposição ao chefe de governo.
A partir de agora, as audiências conduzidas pela Câmara serão publicas. O texto também autoriza os advogados do presidente a acompanhar os depoimentos do Comitê de Inteligência da Câmara e a convocar testemunhas de defesa.
Após a fase de coleta dos depoimentos, o Comitê de Inteligência será responsável por elaborar um documento que será enviado ao Comitê de Justiça, responsável por redigir o texto de argumentação final para o impeachment. Somente então o processo será levado ao plenário da Câmara e, posteriormente, ao Senado.
Dois deputados democratas, Colin Peterson de Minnesota e Jeff Van Drew de Nova Jersey, votaram contra a resolução. Todos os republicanos da Câmara votaram contra.
Apesar de não ser comum que o presidente da Câmara participe de votações, Nancy Pelosi foi uma das democratas que apoiou a medida.
“Hoje a Câmara tomou o seguinte passo, estabelecendo os processos para audiências abertas, conduzidas pela Comissão de Inteligência da Câmara, para que o público possa ver os dados por si mesmo”, declarou, antes da votação, Pelosi.