Câmara pode intimar John Bolton após julgamento de impeachment de Trump
Ex-assessor de Segurança Nacional se tornou figura central no caso Ucrânia desde que trechos de seu livro nunca publicado vazaram na imprensa
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos “provavelmente” convocará o ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca John Bolton para depor sobre possíveis irregularidades cometidas por Donald Trump, mesmo após o término do processo de impeachment contra o presidente. A informação foi divulgada pelo presidente democrata do Comitê Judiciário da Câmara, Jerry Nadler, nesta quarta-feira, 5.
Bolton mostrou disposição para depor ao Congresso americano caso fosse convocado pelo Senado durante a última fase do julgamento de Trump. Os senadores, contudo, decidiram não intimar novas testemunhas.
Segundo Nadler, entretanto, a Câmara pode convocar Bolton para prestar esclarecimentos mesmo após Trump ter sido absolvido e livrado do impeachment. “Quando você tem um presidente sem lei, precisa trazer isso à tona”, disse. “É preciso proteger a Constituição, quaisquer que sejam as consequências políticas.”
Os comentários de Nadler foram feitos horas antes do início da última sessão de impeachment no Senado. A expectativa é que a maioria de senadores republicanos na Casa votem pela absolvição do presidente.
Bolton se tornou uma figura central no julgamento de Trump, desde que trechos do manuscrito do seu ainda não publicado livro vazaram na imprensa americana. Nos fragmentos, o ex-assessor confirma que o presidente queria congelar uma ajuda militar de 391 milhões de dólares à Ucrânia até que Kiev abrisse uma investigação sobre Joe Biden, um dos democratas favoritos para disputar a reeleição contra o atual mandatário em novembro.
Trump é acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso por ter pressionado a Ucrânia a investigar seus adversários políticos.