Campanha de Trump acusa Partido Trabalhista britânico de interferir na eleição americana
Queixa foi feita após funcionários do partido terem viajado para os EUA para dar conselhos aos candidatos democratas
A equipe de campanha do ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano na corrida à Casa Branca, Donald Trump, acusou na terça-feira, 22, o Partido Trabalhista do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, de “interferência estrangeira flagrante” nas eleições norte-americanas, após funcionários do partido terem viajado para os EUA para dar conselhos aos candidatos democratas.
A queixa foi apresentada à Comissão Eleitoral Federal em Washington juntamente com um pedido de investigação sobre o que a campanha republicana descreveu como “contribuições estrangeiras ilegais” do Partido Trabalhista para a campanha de Kamala Harris.
A polêmica foi desencadeada por um publicação, agora excluída, da chefe de operações do Partido Trabalhista britânico, Sofia Patel, que escreveu que quase 100 funcionários atuais e antigos do Partido Trabalhista viajariam para os EUA nas próximas semanas para ajudar a eleger a vice-presidente democrata.
A publicação dizia ainda que restavam 10 vagas para quem quisesse viajar para a Carolina do Norte e fazer campanha para Harris, acrescentando que “nós resolveremos sua moradia”.
Em um comunicado à imprensa intitulado “Os britânicos estão chegando”, a campanha de Trump também acusou o “Partido Trabalhista de extrema esquerda” de inspirar “as políticas e a retórica perigosamente liberais de Kamala”.
Campanha voluntária
O premiê britânico, por sua vez, afirmou que os funcionários de seu partido que foram para os EUA fazer campanha pela candidata democrata Kamala Harris eram voluntários e estavam “fazendo isso no seu tempo livre”, negando que a queixa da equipe de campanha republicana prejudicaria as relações com Trump caso o ex-presidente vença as eleições presidenciais.
De acordo com as leis americanas, estrangeiros podem se voluntariar em campanhas eleitorais, desde que não sejam remunerados. A campanha de Trump não apresentou evidências de que os funcionários do partido britânico receberam qualquer tipo de compensação financeira pelo trabalho realizado na campanha de Harris.
O secretário do Meio Ambiente do Reino Unido, Steve Reed, disse à BBC que o Partido Trabalhista não financiou nem organizou as viagens dos voluntários britânicos aos EUA.
“Cabe aos cidadãos privados decidirem como utilizar o seu tempo e o seu dinheiro, e não é invulgar os apoiantes de um partido num país irem fazer campanha para um partido irmão noutro, acontece nos dois sentidos e em muitos países”, completou Reed.