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Canadá anuncia US$ 40 milhões em ajuda humanitária para a Venezuela

Grupo de Lima tratará de possível sanção ao regime de Maduro; chavista diz que oposição precisa de "ajuda mental" por pedir auxílio a outros países

Por Da Redação
4 fev 2019, 17h55

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou nesta segunda-feira, 4, uma ajuda de 40,3 milhão de dólares (53 milhões de dólares canadenses) ao povo venezuelano ao abrir a reunião de chanceleres dos países do Grupo de Lima, em Ottawa.

Segundo Trudeau, o dinheiro deve ser destinado às necessidades mais urgentes dos venezuelanos, “principalmente aos quase três milhões de refugiados”.

“A maior parte dos fundos vai para parceiros de confiança e países vizinho, para ajudá-los a apoiar a Venezuela e os venezuelanos”, afirmou.

O premiê canadense discursou na abertura do encontro que reúne os membros do Grupo de Lima – Canadá, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. Os Estados Unidos e algumas nações da União Europeia participam do encontro como convidados de Ottawa.

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Os países debaterão como manter a pressão para que o presidente Nicolás Maduro convoque novas eleições, agora que enfrenta clamores generalizados para renunciar após uma contestada votação presidencial no ano passado.

A tensão na Venezuela se tornou ainda maior quando, no último dia 23, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino. Sua posição foi apoiada pelos Estados Unidos, Brasil, Canadá e a maior parte dos membros da União Europeia.

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Novas sanções

A reunião desta segunda terá como pauta a aplicação de novas sanções contra o regime de Nicolás Maduro. No mês passado, os países do Grupo de Lima concordaram com a proibição de viagens a autoridades venezuelanas de alto escalão e o congelamento de seus ativos no exterior. Mas a adoção de retaliações que afetarão os cidadãos venezuelanos, em última consequência, tem sido rejeitada por vários de seus membros. Tradicionalmente, o Brasil tem sido contrário a essas medidas.

Fontes a par das discussões afirmam que as autoridades reunidas hoje no Canadá estão inclinadas a adiar a instituição de novas multas ou bloqueios internacionais desta vez.

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Na semana passada, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou sanções contra a estatal petroleira  PDVSA, responsável por mais de 95% das receitas orçamentárias do governo da Venezuela. A medida americana tornará inviável as exportações de petróleo aos Estados Unidos e a outros mercados. As maiores consequências recairão sobre a população do país, já assolada pela falta de alimentos, remédios, deficiência dos serviços públicos de saúde e desnutrição.

Em entrevista exibida no domingo 3, Trump disse que uma intervenção militar na Venezuela é “uma opção”. A iniciativa, porém, dificilmente terá o consenso do Grupo de Lima. Os ministros militares do governo de Jair Bolsonaro rechaçaram o aval do Brasil a essa opção em várias ocasiões.

Ajuda humanitária

No último sábado 2, durante as manifestações da oposição em várias cidades da Venezuela, Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino do país, anunciou o início da coleta de ajuda humanitária para seu país no Brasil, na Colômbia e no Caribe.

“Já temos três pontos de coleta para a ajuda humanitária: Cúcuta (Colômbia) e haverá mais dois, um no Brasil e outro em uma ilha do Caribe”, disse, durante um protesto em Caracas.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, também anunciou que seu país está mobilizando e transportando ajuda humanitária à Venezuela por meio da Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), a pedido de Guaidó. Os Estados Unidos já haviam antes prometido uma remessa de 400 milhões ao país em ajuda humanitária.

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Em novembro de 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) liberou pela primeira vez recursos para ajuda humanitária na Venezuela: 6,5 milhões de dólares (25 milhões de reais), que seriam usados em várias frentes.

Maduro, contudo, criticou que se peça apoio humanitário para seu país e disse que a oposição, que impulsiona esta iniciativa com outros países, precisa de “ajuda mental”.

“Não se pode fazer à Venezuela uma promessa falsa de uma suposta ajuda humanitária. É preciso convocar a Venezuela ao trabalho, à produção, ao crescimento da nossa economia. Não somos mendigos de ninguém”, disse o chavista, em um ato com militares no estado de Aragua transmitido pela televisão nesta segunda.

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Nesse sentido, Maduro indicou que o país pode resolver seus problemas com esforço e com trabalho e pediu que se ignore o “show ruim e barato” dos políticos que criticam seu governo.

“A oligarquia precisa de ajuda mental para saber se lhes resta alguma dignidade para enfrentar aqueles que, do norte, nos tratam e nos maltratam com ordens e contra-ordens”, afirmou.

(Com AFP e Reuters)

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