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Candidata centrista sofre ataque na França e premiê condena violência

Em clima de polarização, corrida eleitoral francesa foi marcada por episódios de violência política, que se espalham por toda Europa

Por Da Redação
4 jul 2024, 09h22

O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, comunicou na madrugada desta quinta-feira, 4, que a candidata centrista Prisca Thevenot – atual porta-voz do governo – e membros da sua equipe de campanha foram atacados por quatro indivíduos enquanto colavam cartazes eleitorais na rua, nos arredores de Paris. O episódio se soma a uma onda de violência política durante a polarizada campanha eleitoral francesa, que observou um contundente avanço da extrema direita.

“A violência e a intimidação não têm lugar na nossa democracia”, disse Attal no X, antigo Twitter. “Isso não têm lugar na nossa República”, acrescentou, manifestando sua solidariedade para com a candidata e sua equipe.

Thevenot, candidata do Juntos, aliança centrista liderada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, foi atacada por um grupo de quatro pessoas na noite de quarta-feira 3. A mídia francesa informou que ela não ficou ferida e continuará em campanha, mas que seu vice e um ativista da coalizão foram hospitalizados. Não está claro que tipo de ferimentos eles sofreram.

O Ministério Público disse ter aberto uma investigação sobre o caso – um ataque com arma contra um funcionário público –, mas não indicou qual foi a motivação da agressão. Promotores informaram que quatro pessoas, incluindo três menores de idade, foram detidos pela polícia.

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Onda de violência política

Jordan Bardella, líder do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) e potencial substituto de Attal, a depender do resultado do segundo turno do pleito legislativo, no domingo, 7, expressou apoio a Thevenot, bem como a Marie Dauchy. Segundo Bardella, a candidata da ultradireita também foi atacada na quarta-feira 3, o que a levou a suspender sua campanha.

Isso ocorreu depois de Hervé Breuil, candidato do RN, sofrer um ataque no dia 20 de junho na cidade de Saint Étienne, no centro da França. O político de 68 anos estava distribuindo panfletos com outros quatro membros de seu partido, dez dias antes do primeiro turno das eleições legislativas, quando foi agredido na saída do mercado Albert-Thomas por quatro pessoas encapuzadas e vestidas de preto. 

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Testemunhas do RN afirmaram que os agressores empurraram, insultaram e jogaram frutas podres no grupo, além de chutarem Breuil. O candidato, que usa um marca-passo, foi hospitalizado após ter um “mini derrame cerebral” pelo estresse do ataque, relatou Michel Lucas, um membro do RN.

Os agressores conseguiram fugir, mas uma investigação por violência em grupo foi aberta para esclarecer o ocorrido, de acordo com o Ministério Público da cidade.

Os ataques ocorrem poucas semanas após a Europa entrar em alerta contra a violência política devido à tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que foi baleado enquanto cumprimentava apoiadores na cidade de Handlová. No início de junho, a premiê da Dinamarca, Mette Frederiksen, também sofreu um ataque, embora não tenha ficado tão gravemente ferida quanto Fico.

Na França, os ataques contra figuras políticas aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Nos primeiros nove meses de 2023, foram registrados 2.387 ataques físicos e verbais a políticos, número que ultrapassa os 2.265 registrados em todo o ano de 2022, de acordo com o Ministério do Interior do país.

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