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Candidato à Presidência da Colômbia insiste que haverá fraude

Em debate, presidenciáveis refutam acusações do ex-guerrilheiro Gustavo Petro, que acusa o sistema eleitoral ser ´podre´

Por Da Redação
Atualizado em 25 Maio 2018, 16h56 - Publicado em 25 Maio 2018, 16h10

Candidato à Presidência da Colômbia, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro voltou a questionar a legitimidade do sistema eleitoral nacional e a colocar dúvidas sobre fraudes. Desta vez, durante um debate exibido pela televisão local na quinta-feira 24.

Petro, ex-combatente do grupo de guerrilha M-19 que atualmente está em segundo lugar nas pesquisas de opinião, já havia denunciado uma tentativa de fraude por meio do software que será utilizado para a contagem de votos nas eleições, marcadas para domingo, 27. Ele concorre à Presidência como independente, com o apoio do movimento de esquerda Colômbia Humana.

Nesta quinta, durante um dos debates mais dinâmicos desta campanha eleitoral, o candidato afirmou novamente que “o sistema eleitoral colombiano está podre”. Em sua opinião, o órgão responsável pelos pleitos do país, o Conselho Nacional Eleitoral, não dá garantias da lisura do processo. Além disso, o direito de escolha e de ser eleito livremente não existe no país, insiste ele.

Também participaram do debate, organizado por diversos meios de comunicação colombianos, o candidato Iván Duque, do partido Centro Democrático, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe; Germán Vargas Lleras, apoiado pelo atual presidente, Juan Manuel Santos; Humberto de la Calle, do Partido Liberal; e Sergio Fajardo, da Coalizão Colômbia.

Duque é o favorito na corrida e, provavelmente, enfrentará Petro no segundo turno, marcado para 17 de junho.

Assim que Petro tocou no tema das fraudes, o debate esquentou e os candidatos passaram a refutar as acusações do ex-guerrilheiro.

Vargas Lleras, acusado de se beneficiar das fraudes, pediu que se apresentassem provas das irregularidades. Ele também lembrou que o mesmo sistema eleitoral descrito como “podre” foi o que permitiu a Petro ser eleito congressista e prefeito de Bogotá em votações anteriores.

Iván Duque afirmou ter grande respeito pelo sistema eleitoral do país, apesar dos problemas. Segundo Duque, a prática de “deslegitimar um resultado, quando não favorece alguém, foi o que levou à destruição da democracia em muitos lugares”.

Além das fraudes, os candidatos discutiram outras questões, como o destino do acordo de paz com as Farc. Um dos temas mais polêmicos desse capítulo é a extradição dos ex-guerrilheiros envolvidos em crimes no exterior.

Denúncias

Em suas denúncias, Petro também afirmou que o presidente do país, Juan Manuel Santos, mentiu ao afirmar que uma missão técnica da União Europeia está há duas semanas na Colômbia para acompanhar o pleito. Segundo o candidato, o bloco europeu enviou à Colômbia uma missão de observação diplomática, e não pessoas com capacidade técnica para checar o software eleitoral e impedir fraudes.

“Santos, o Registro Civil e o presidente do Conselho Nacional Eleitoral têm um candidato e é o mesmo: German Vargas Lleras”, afirmou Petro, citando seu adversário, vice-presidente do país entre 2014 e 2017.

Petro evitou falar se reconhecerá os resultados do pleito, mas revelou que terá fiscais nas seções eleitorais para acompanhar a votação. Caso as suspeitas se confirmem, o candidato afirma que fará denúncias públicas e convocará o povo para ir às ruas até que os votos sejam recontados um a um.

A discussão sobre fraude eleitoral não é nova na Colômbia. No início deste ano, foram comprovadas fraudes nas eleições legislativas de 2014, que afetaram de maneira contundente os resultados. Já nas legislativas de março, a falta de cédulas eleitorais obrigou o uso de fotocópias. A improvisação gerou muitas críticas e acusações de adulteração.

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