Um candidato às eleições no Paquistão foi morto a tiros durante um evento de campanha na noite de quarta-feira 31, uma semana antes da abertura das urnas. Este é o mais recente de uma onda de ataques contra políticos no país sul-asiático, e o segundo assassinato de um candidato antes do pleito, marcado para 8 de fevereiro.
Rehan Zeb Khan, afiliado ao Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI), mesmo partido do ex-primeiro-ministro Imran Khan – cuja condenação a 24 anos de prisão nesta semana desperta suspeitas de perseguição política –, foi assassinado quando homens armados abriram fogo contra seu carro em um mercado em Bajaur, na província de Khyber Pakhtunkhwa. Outras três pessoas ficaram feridas.
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O Estado Islâmico Khorasan, ou EI-K, posteriormente assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Onda de violência
Este foi o segundo assassinato de um candidato nas últimas semanas. No dia 10 de janeiro, Malik Kaleem Ullah, que pleiteava uma vaga na Assembleia Provincial de Khyber Pakhtunkhwa, foi morto a tiros enquanto tentava angariar votos de porta em porta.
Além disso, também na quarta-feira 31, as residências e escritórios de vários candidatos do Partido Popular do Paquistão e do gabinete eleitoral da Liga Muçulmana do Paquistão foram atacados na província do Baluchistão, ferindo pelo menos 15 pessoas. Pelo menos um dos ataques foi reivindicado pelo Exército de Libertação Balúchi, um grupo militante separatista.
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Um dia antes, quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas numa explosão durante um comício de campanha do PTI na cidade de Sibi, no Baluchistão. Nenhum grupo ainda assumiu a autoria do ataque.
Em resposta à violência, a Comissão Eleitoral do Paquistão (ECP) convocou uma reunião de emergência de autoridades de segurança para esta quinta-feira, dia 1º, para discutir a “deterioração” da lei e da ordem nas duas províncias. Na véspera, o exército paquistanês se reuniu para uma conferência anual, onde discutiram o possível envio de militares para ajudar a comissão durante as eleições gerais da próxima semana.
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Crise política
O assassinato de Rehan Zeb Khan ocorre em uma semana turbulenta na política paquistanesa, na qual o ex-premiê Khan foi condenado a 14 anos de prisão por corrupção e a 10 anos por “revelar segredos de Estado”, em dois dias consecutivos.
Khan e membros do partido PTI foram submetidos a uma repressão generalizada após ele ser destituído do cargo mediante um voto do parlamento em abril de 2022. Alguns dizem que foram ameaçados caso não permanecessem em silêncio, enquanto outros foram proibidos de deixar o país ou ainda presos sob várias acusações.