Hervé Breuil, candidato do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, foi atacado na quinta-feira 20 por um grupo de pessoas mascaradas durante a campanha eleitoral na cidade de Saint Étienne, no centro da França.
Breuil, de 68 anos, estava distribuindo panfletos com outros quatro membros de seu partido dez dias antes do primeiro turno das eleições legislativas, antecipadas para o dia 30 de junho, quando foi agredido na saída do mercado Albert-Thomas por quatro pessoas encapuzadas e vestidas de preto.
Testemunhas do RN afirmaram que os agressores empurraram, insultaram e jogaram frutas podres no grupo, além de chutarem Breuil. O candidato, que usa um marca-passo, foi hospitalizado após ter um “mini derrame cerebral” pelo estresse do ataque, relatou Michel Lucas, um membro do RN.
Os agressores conseguiram fugir, mas uma investigação por violência em grupo foi aberta para esclarecer o ocorrido, de acordo com o Ministério Público da cidade.
Violência política
O ataque ocorre semanas após a Europa entrar em alerta contra a violência política devido à tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que foi baleado enquanto cumprimentava apoiadores na cidade de Handlová.
Na França, os ataques contra figuras políticas aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Nos primeiros nove meses de 2023, foram registrados 2.387 ataques físicos e verbais a políticos, número que ultrapassa os 2.265 registrados em todo o ano de 2022, de acordo com o Ministério do Interior do país.
O ataque foi condenado por diversas figuras políticas e Le Pen rapidamente culpou os “extremistas de extrema esquerda” pelo incidente.
“Não se pode permitir que uma campanha eleitoral em uma democracia tenha tais atos de violência extrema realizados por uma extrema esquerda que está preparada para fazer qualquer coisa para semear o caos”, escreveu a ultradireitista em suas redes sociais.
O RN segue à frente das pesquisas de intenção de voto para as eleições legislativas, convocadas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, após dissolver a Assembleia Nacional diante da derrota de seu partido para a sigla de extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu no início de junho.