Um cartel do México cobrava entre 400 e 500 pesos (R$ 100 a R$ 150) por mês a cerca de 5.000 pessoas em troca de um serviço de internet oferecido por eles, sob pena de morte caso se negassem a usar o Wi-Fi, segundo promotores do estado de Michoacán, na região central do país.
Na diversificação dos grupos criminosos para outros setores, além do tráfico de drogas, instalaram suas próprias antenas de sinal na base do improviso e forçaram os moradores a comprar a ideia. Com o apelido de “narcoantenas”, o sistema composto por equipamentos roubados estava instalado em diversas cidades e arrecadava mais de R$ 700 mil por mês.
Embora nenhuma morte tenha sido relatada, os procuradores reafirmaram que as pessoas foram aterrorizadas para contratar serviços de Internet a custos excessivos, sob a alegação de que seriam mortas se não o fizessem.
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O bando responsável pela empreitada foi identificado pela mídia local como a facção Los Viagras. Mas a promotoria se recusou a confirmar qual cartel estava envolvido, numa tentativa de preservar as investigações, apesar de confirmarem o domínio de Los Viagras nas cidades onde as antenas irregulares estavam em funcionamento.
Os equipamentos foram apreendidos pelas autoridades locais no final de semana passado e uma pessoa foi detida. Nas fotos divulgadas, as pilhas e equipamentos levavam o rótulo da empresa mexicana de internet Telmex, chefiada pelo poderoso Carlos Slim.
As torres de sinais de rádio e internet são usadas há muito tempo pelos cartéis no México. No entanto, eram voltadas para a comunicação interna das organizações criminosas. De acordo com especialistas, a extorsão de comunidades faz parte de uma nova leva mais ampla dos braços do poder paralelo no país.