A Casa Branca denunciou na noite do domingo, 6, a suposta intenção da Turquia de invadir o norte da Síria, o que renovou temores de uma matança de guerreiros de origem curda, aliados dos Estados Unidos na campanha contra o grupo extremista Estado Islâmico.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, há meses faz ameaças de atacar as forças curdas no norte da Síria, muitas das quais seu governo considera terroristas. Como os curdos recebem apoio dos Estados Unidos, um ataque a eles seria uma ameaça a aliados americanos em todo o planeta, creem políticos republicanos e democratas em Washington.
Tropas americanas “não vão apoiar ou se envolver na operação” e “não mais estarão presentes nas áreas próximas” ao conflito no norte da Síria, informou a secretária de Imprensa da Casa Branca Stephanie Grisham. A declaração ocorreu já na noite do domingo, o que é raro na Casa Branca.
Grisham não esclareceu se os Estados Unidos retirariam os cerca de 1 mil soldados americanos que estão na região. O anúncio da Casa Branca ocorreu após uma ligação telefônica entre o presidente Donald Trump e Erdogan.
Em dezembro, Trump anunciou a retirada de tropas da Síria, e recebeu muitas críticas por supostamente deixar os curdos à mercê da Turquia. À época, o então secretário de Defesa Jim Mattis renunciou ao cargo em função da posição adotada por Trump.
A Casa Branca ainda informou que a Turquia vai assumir a custódia dos soldados estrangeiros capturados na campanha contra o Estado Islâmico e que atualmente estão detidos pelas forças curdas.
(Com Estadão Conteúdo)