Catar anuncia acordo entre Israel e Hamas para entrada de remédios em Gaza
Porta-voz disse que ajuda humanitária sairá de Doha na quarta-feira para o Egito, antes de ser transportada para o enclave
O Ministério das Relações Exteriores do Catar disse ter mediado, nesta terça-feira, 16, um acordo entre Israel e o grupo militante palestino Hamas que permitirá a entrega de medicamentos e ajuda humanitária a civis nas “áreas mais afetadas e vulneráveis” de Gaza, em troca da entrega de medicamentos a reféns israelenses que estão no território palestino.
O porta-voz do ministério, Majed al-Ansari, disse que os medicamentos e a ajuda sairão de Doha na quarta-feira para o Egito, antes de serem transportados para Gaza.
“Dr. Al-Ansari destacou a continuação dos esforços com parceiros regionais e internacionais… particularmente em questões humanitárias e atendimento médico, no âmbito dos esforços do Catar para pôr fim à guerra em Gaza”, disse um comunicado publicado pela chancelaria.
Importante mediador entre ambos lados do conflito no Oriente Médio, a nação árabe foi crucial para o acordo de trégua temporária que levou à libertação de mais de 100 reféns do Hamas. Apesar do apoio diplomático, o emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad al-Thani, descreveu a campanha militar de Israel em Gaza como um “genocídio” e disse ser “uma vergonha” para a comunidade internacional permitir que o conflito continue.
“As forças de ocupação de Israel violaram todos os valores políticos, éticos e humanitários”, disparou, acusando Tel Aviv de “assassinato sistêmico e proposital de civis inocentes e desarmados”.
O Egito, que também teve proeminência nas negociações regionais, congelou no começo do ano sua participação nas negociações para libertações de reféns. A decisão se deu um dia após um ataque com drone em Beirute, capital do Líbano, matar o número dois da ala política do grupo militante palestino Hamas, Saleh al-Arouri.