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Catar realiza funeral do líder político do Hamas em meio a ameaças de retaliação

Cerimônia foi marcada por pedido de 'um dia de fúria' pelo assassinato de Ismail Haniyeh, atribuído à Israel

Por Da Redação
2 ago 2024, 10h08
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  • O funeral de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, aconteceu no Catar nesta sexta-feira, 2, dois dias após seu assassinato em um ataque com bomba na capital iraniana, Teerã.

    Milhares de pessoas se reuniram na Mesquita Imam Muhammad ibn Abd al-Wahhab, em Doha, para orar por Haniyeh antes de seu corpo ser enterrado em um cemitério na cidade de Lusail, ao norte da capital. Os caixões do líder político e seu guarda-costas, também morto no ataque de quarta-feira, foram envoltos na bandeira palestina e carregados por centenas de pessoas dentro da mesquita.

    Após as orações, o Hamas pediu um “dia de fúria” para marcar o enterro de seu líder político e encorajou “marchas de raiva rugindo em todas as mesquitas” pelo fim da guerra em Gaza e para protestar contra Israel, responsabilizado pela morte da liderança.

    Representantes de outras facções palestinas e altos funcionários do Hamas, incluindo Khaled Meshaal, cotado para ser o novo líder do grupo, compareceram à cerimônia na cidade onde Haniyeh vivia desde 2019.

    A Turquia e o Paquistão anunciaram um dia de luto nacional em homenagem ao líder do Hamas, e um funeral simbólico foi realizado na capital do Líbano, Beirute. 

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    Na véspera, a procissão fúnebre em homenagem ao líder político em Teerã foi marcada por pedidos de vingança contra Israel. O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf, garantiu “cumprir a ordem do líder supremo”, que prometeu “punição severa” contra Israel.

    Futuro incerto das negociações

    O assassinato de Haniyeh, figura central nas negociações de cessar-fogo em Gaza para a libertação de reféns israelenses, ameaça os esforços por um novo acordo entre Israel e Hamas, além de aumentar o temor de um conflito em maior escala no Oriente Médio.

    O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, mediador-chave nas negociações pelo fim da guerra, disse que o assassinato de Haniyeh colocou em dúvida todo o processo de negociações. “Como a mediação pode ser bem-sucedida quando um dos lados assassina o negociador do outro lado?”, questionou.

    Israel, por sua vez, se recusou a comentar sobre a morte de Haniyeh, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em discurso que seu país havia recentemente “desferido golpes esmagadores” contra representantes do Irã, incluindo o Hamas e o Hezbollah, e responderia com força a qualquer ataque.

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