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Celso Amorim alerta para risco de ‘incêndio’ na América do Sul com intervenção na Venezuela

Em meio à escalada de ataques americanos no Caribe, assessor especial de Lula critica eventual ação militar de Trump contra Maduro

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 out 2025, 11h51 - Publicado em 24 out 2025, 15h32

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira, 24, que uma eventual intervenção estrangeira na Venezuela poderia “incendiar a América do Sul” e aprofundar divisões políticas no continente. A declaração ocorre em meio à escalada militar dos Estados Unidos contra o regime de Nicolás Maduro e à possibilidade de ações em solo venezuelano.

Sem citar diretamente Washington, Amorim advertiu que uma operação armada teria “efeitos devastadores” sobre a estabilidade regional e ampliaria crises humanitárias em países vizinhos, como Brasil e Colômbia.

“Não podemos aceitar uma intervenção externa, porque isso vai criar um ressentimento imenso”, disse Amorim à agência de notícias Agence France Presse (AFP). “Pode incendiar a América do Sul e levar à radicalização da política em todo o continente”, acrescentou o ex-chanceler, que se tornou um dos conselheiros mais influentes de Lula em política externa.

Para o diplomata, o risco vai além da tensão diplomática. “Uma ação militar poderia gerar problemas concretos de refugiados e criar uma onda de instabilidade que o continente não está preparado para absorver”, alertou.

As declarações de Amorim se dão enquanto o governo de Donald Trump intensifica bombardeios a embarcações venezuelanas no Caribe e no Pacífico Sul. Desde agosto, os Estados Unidos realizaram dez ataques sob o argumento de combater o narcotráfico — ofensiva que já deixou dezenas de mortos e provocou protestos em Caracas. Na quinta-feira, 23, o republicano anunciou que “ações terrestres” contra cartéis podem ocorrer “a qualquer momento”.

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O governo venezuelano reagiu chamando os bombardeios de “assédio” e “violação flagrante da soberania nacional”. Em pronunciamento transmitido em rede nacional, Nicolás Maduro pediu “paz” e fez um apelo em inglês: “No crazy war, please” (“Sem guerra louca, por favor”).

Dados das Nações Unidas enfraquecem o discurso americano. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 indica que o fentanil — principal responsável pelas overdoses nos Estados Unidos — tem origem no México, e não na Venezuela. Ainda assim, o governo republicano classificou cartéis sul-americanos como “organizações terroristas” e dobrou para 50 milhões de dólares a recompensa pela captura de Maduro.

Durante viagem pela Ásia, Lula também criticou as ofensivas americanas. “Você não pode simplesmente dizer que vai combater o narcotráfico na terra dos outros sem respeitar a Constituição desses países. Se o mundo virar uma terra sem lei, vai ficar muito difícil”, disse o presidente a jornalistas em Jacarta.

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Lula afirmou ainda que terá “prazer em discutir o assunto” com Trump durante a cúpula da Asean, na Malásia, prevista para este fim de semana.

O Pentágono confirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos realizarão exercícios conjuntos com Trinidad e Tobago, próximos à costa venezuelana — movimento que aumenta a tensão e reforça o alerta diplomático na região.

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