Um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas ainda parece improvável às vésperas do Ramadã — o mês mais sagrado para os muçulmanos no ano e que tem início neste domingo, 10. A guerra na Faixa de Gaza já dura mais de cinco meses e não dá sinais de trégua. “Os contatos e a cooperação com os mediadores continuam o tempo todo em um esforço para reduzir as lacunas e chegar a acordos”, diz um comunicado distribuído pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O comunicado é assinado pelo Mossad, serviço de inteligência israelense. A carta diz que as negociações para o fim da guerra prosseguem, mas que o grupo Hamas impede avanços mais contundentes. “O Hamas está enrijecendo suas posições como alguém que não está interessado em um acordo e busca inflamar a região durante o Ramadã, às custas dos residentes palestinos na Faixa de Gaza”, diz um dos trechos.
Estados Unidos, Egito e Catar têm mediado as negociações para o cessar-fogo desde janeiro, mas ainda sem sucesso. Fontes ligadas ao Hamas disseram à agência Reuters que uma nova visita a Cairo, capital egípcia, era considerada improvável antes do início do Ramadã. O Hamas culpa Israel pela demora nas negociações, dizendo que se recusa a dar garantias para acabar com a guerra ou retirar suas forças do enclave. Em comunicado, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, prometeu que os palestinos continuarão a lutar contra Israel “até que recuperem a liberdade e a independência”.