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Chanceler do Brasil diz que separar crianças de famílias nos EUA é ‘cruel’

Aloysio Nunes expressa alívio pela decisão de Trump em não mais separar as famílias e disse trabalhar no auxílio às famílias brasileiras afastadas

Por Da Redação
Atualizado em 22 jun 2018, 12h57 - Publicado em 22 jun 2018, 09h54

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de não mais separar as famílias de imigrantes ilegais é “um alívio em relação ao trauma inicial que pudemos avaliar quando vimos as imagens na televisão daquelas crianças desesperadas”, disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, na quinta-feira 21, após a reunião de diplomatas e adidos sobre segurança na fronteira.

“Vamos acompanhar a implementação da decisão do presidente Trump de reverter essa medida, que consideramos cruel”, afirmou.

Nesta semana o Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano informou ao consulado brasileiro em Houston, no Texas, que ao menos 49 crianças brasileiras se encontram separadas de seus pais, motivando o Itamaraty a buscar soluções para essas famílias.

O chanceler informou que os consulados do Brasil nos Estados Unidos estão trabalhando “intensamente” no caso. Foram estabelecidos contatos com todos os locais para onde as crianças são levadas. “Sabemos exatamente quem está em cada abrigo”, disse o ministro. Nesse trabalho, o Itamaraty tem sido auxiliado pelas comunidades de imigrantes brasileiros nos Estados Unidos.

Os funcionários do governo brasileiro procuram também promover encontros entre as crianças e suas famílias. Outra linha de trabalho é a assistência jurídica. “Vamos trabalhar em cada caso para resolver a situação deles”, informou.

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A separação das crianças de seus pais ou responsáveis não é uma medida nova, explicou Aloysio. Ela vem sendo aplicada desde 2013. Porém, essa prática se intensificou com a decisão de Trump de implementar uma política de “tolerância zero“, na qual permite que imigrantes ilegais sejam processados e tenham seus filhos levados a abrigos. No total, há cerca de 2.000 casos de separação de crianças de todas as nacionalidades.

Na quarta-feira 20, no entanto, Trump assinou um decreto que revoga a prática da separação das famílias depois de receber uma série de críticas dentro e fora de seu país. A divulgação de imagens e áudios de crianças chorando em abrigos com grades que lembram gaiolas provocou indignação internacional e críticas ao presidente.

Um projeto de lei em tramitação no Congresso, de maioria republicana, substituirá o decreto assinado pelo presidente e tornará a medida permanente. As famílias serão, em princípio, mantidas em um mesmo local até o fim do processo jurídico contra os adultos, por imigração ilegal.

(Estadão Conteúdo)

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