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Chanceler do Irã contradiz Trump e diz que negociações não serão retomadas ‘rapidamente’

Segundo ministro, 'portas da diplomacia nunca se fecharão', mas ainda é necessário tempo

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jul 2025, 11h32

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, contrariou falas recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitando na segunda-feira, 30, um retorno imediato à mesa de negociações.

“Não acredito que as negociações serão retomadas tão rapidamente”, disse o chanceler à rede americana CBS News. “Para decidirmos retomar o engajamento, precisamos primeiro garantir que os Estados Unidos não voltem a nos atacar militarmente durante as negociações”.

Segundo Araghchi, as “portas da diplomacia nunca se fecharão”, mas ainda é necessário tempo, depois de Trump informar que queria retomar as conversas nesta semana.

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No domingo, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht-Ravanchi, já havia ressaltado que o país só volta à mesa de negociações se Washington se comprometer a não atacar o Irã novamente.

Washington e Teerã estavam envolvidos em negociações sobre o programa iraniano – na tentativa de podar as ambições nucleares dos aiatolás em troca do levantamento de sanções e outros alívios econômicos – quando Israel atacou instalações de enriquecimento de urânio e infraestruturas militares no Irã no início deste mês. A República Islâmica respondeu com uma salva de mísseis, no que tornou-se uma intensa guerra aérea de doze dias. Os Estados Unidos se envolveram diretamente no conflito em 21 de junho, quando bombardearam três instalações nucleares iranianas: Fordo, Natanz e Isfahan.

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Ao menos 935 iranianos, a maioria civis, foram mortos nos doze dias de conflito. Em Israel, 28 pessoas foram mortas.

Apesar de ter falado em voltar à diplomacia, Trump afirmou que “absolutamente” consideraria bombardear o Irã novamente caso agências de inteligência descobrissem que o país poderia enriquecer urânio a níveis preocupantes. Enquanto isso, o relacionamento do Irã com a AIEA tem ficado cada vez mais tenso. Na última quarta-feira, o parlamento iraniano decidiu suspender a cooperação com a agência de vigilância atômica das Nações Unidas, acusando o órgão de se aliar a Israel e aos Estados Unidos, o que deve dificultar tratativas.

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Acordo nuclear

Em 2015, um pacto abrangente foi firmado pelos Estados Unidos e outras nações com o Irã, que autorizava o país a manter até 300 quilos de urânio enriquecido a no máximo 3,67% de pureza, limite adequado para fins civis, como geração de energia e pesquisa, mas muito abaixo dos 90% necessários para a fabricação de armas nucleares.

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Trump, porém, saiu do acordo unilateralmente em 2018. Segundo analistas, o movimento fez os iranianos acelerarem o avanço de seu programa nuclear, instalando milhares de centrífugas avançadas para enriquecer urânio.

No início de junho, a Agência Internacional de Energia Atômica, denunciou pela primeira vez em vinte anos que a nação islâmica violou o tratado de não-proliferação do qual é signatária, após divulgar um relatório alarmante, segundo o qual o Irã já acumulava cerca de 400 quilos de urânio enriquecido a 60% (pré-conflito).

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Esse material poderia ser convertido em grau militar em apenas uma semana e seria suficiente para produzir até nove ogivas nucleares — embora a construção de uma bomba funcional, a toque de caixa, devesse levar pelo menos um ano, também no cenário pré-conflito. (Teerã nega consistentemente que seu objetivo seja obter uma arma nuclear).

Em seu segundo mandato, Trump voltou a apostar na diplomacia, mas uma nova série de negociações entre o Irã e os Estados Unidos fracassou quando Israel lançou a chamada Operação Leão em Ascensão, que mirou instalações nucleares e capacidades balísticas do Irã, em 13 de junho. O presidente americano, depois de alternar entre ameaçar Teerã e instar o país a voltar à mesa de negociações, se juntou à campanha israelense.

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