Chapa de Kirchner faz aliança com político de centro para eleições
Corrida presidencial na Argentina caminha rumo à polarização entre Mauricio Macri e oposição peronista
O candidato à Presidência da Argentina, Alberto Fernandez, firmou uma aliança nesta quarta-feira 12 com Sérgio Massa, importante figura política de centro. Fernandez concorrerá nas eleições de outubro com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice de sua chapa, para enfrentar o atual mandatário Mauricio Macri.
A medida, já esperada, pode ajudar Fernandez e aumentará o apelo da coalizão aos eleitores de centro, principalmente na província de Buenos Aires, decisiva para a eleição. Os dois são adeptos da corrente de centro-esquerda do peronismo, um movimento de base ampla e que tem décadas de história na política argentina.
Cerca de 10% dos eleitores argentinos nas últimas pesquisas disseram que votariam em Massa nas eleições de 2019. Considerado relativamente moderado, o político ficou em terceiro nas últimas eleições presidenciais em 2015. Ele tem fortes raízes políticas na província de Buenos Aires, que inclui a capital argentina.
Líder do partido Frente Renovadora, Massa chefiou o gabinete de Cristina Kirchner há 10 anos. Entretanto, ele rompeu com o kirchnerismo e passou a adotar uma linha mais conservadora do que a ex-presidente, com postura favorável ao combate às drogas na Argentina.
A nova aliança entre Fernandez e Massa se chamará Frente de Todos.
A medida foi revelada um dia após o presidente de centro-direita Macri escolher um peronista moderado, Miguel Pichetto, como seu companheiro de chapa para as eleições de 27 de outubro. A medida do atual presidente também é uma forma de apelar aos eleitores de centro.
A coligação recebeu o nome Juntos pela Mudança (Juntos por el Cambio, em espanhol).
A corrida até o momento parece cabeça a cabeça, com Fernández somando 35,2% das intenções de voto contra 34,9% para Macri, segundo um estudo recente da consultoria Management & Fit com 2.000 pessoas.
O terceiro na disputa, Roberto Lavagna, outro peronista candidato à Presidência, tem de 6% a 8% das intenções de voto.
Ex-ministro da Economia, Lavagna é o pai da reestruturação de 76% da dívida em default em 2006. Se apresentará em aliança com socialistas regionais e dissidentes do peronismo. Seu candidato a vice é um peronista liberal, o governador de Salta (norte), Juan Manuel Urtubey.
O primeiro turno está previsto para 27 de outubro, quando também será renovada a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. Um eventual segundo turno ocorrerá em 24 de novembro.
(Com Reuters e AFP)