Chavistas invadem Parlamento e ferem deputados da oposição
Três parlamentares foram agredidos na cabeça
Enquanto a Assembleia Nacional da Venezuela votava nesta quarta-feira (05) a convocação de um referendo para questionar a Constituinte convocada pelo governo, um grupos de simpatizantes do regime chavista invadiu a Casa e agrediu os deputados da oposição.
Os políticos classificaram o ato como um “assalto” e uma “provocação para gerar violência”. O presidente Nicolás Maduro, por sua vez, condenou a invasão de seus partidários e ordenou uma investigação dos fatos.
O primeiro-vice-presidente da Assembleia, Freddy Guevara, informou que a convocação do referendo foi aprovada, e que o povo será chamado a decidir “o destino do país” no próximo dia 16.
Violência – Na invasão, dezenas de pessoas, algumas encapuzadas, com pedaços de pau nas mãos e vestidas de vermelho, tomaram os jardins do Palácio Legislativo e detonaram rojões. Um dos agressores portava uma arma de fogo. Os deputados Américo de Grazia, Nora Bracho e Armando Armas foram agredidos na cabeça, segundo a deputada Yajaira de Forero. Outros dois funcionários da Assembleia também ficaram feridos.
O vice-presidente Tareck El Aissami esteve nesta quarta-feira no Legislativo, acompanhado do ministro da Defesa e chefe da Força Armada, Vladimir Padrino López, para celebrar o Dia de Independência do país, firmada há 206 anos, — em uma cerimônia que não estava prevista na agenda. Ele discursou por 15 minutos, acusando a oposição de “sequestrar” o Poder Legislativo. Os adversários de Maduro dominam a Casa, com folga, desde sua esmagadora vitória nas urnas em dezembro de 2015.
Referendo contra Constituinte
A crise recente começou depois que Maduro retirou os poderes da Assembléia Nacional – de maioria opositora – e se agravou com a convocação de uma nova Constituinte para o dia 30 de julho. O objetivo é reformar a Constituição para evitar eleições diretas, nas quais o governo sairia derrotado.
Durante os protestos, mais da metade das 85 vítimas fatais do conflito foi atingida por tiros disparados pelos três diferentes organismos de repressão: a polícia, a guarda nacional bolivariana e os grupos paramilitares, conhecidos como colectivos. Além das mortes, o número de presos políticos quadriplicou nos últimos meses e chegou a quase 400 pessoas.
(Com agências)