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Chefe do Estado-Maior dos EUA diz que conflito na Ucrânia pode durar anos

Duração significa que á que 'Otan, EUA e todos os aliados e parceiros que estão apoiando a Ucrânia vão estar envolvidos durante muito tempo', analisou

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 abr 2022, 19h17 - Publicado em 5 abr 2022, 15h17
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  • O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o general Mark Milley, afirmou nesta terça-feira, 5, que o conflito gerado pela invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, pode se prolongar “durante anos”.

    A declaração foi feita junto ao secretário de Defesa americano, Llloyd Austin, no comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes, quando ambos falavam sobre o orçamento militar solicitado ao Congresso para o ano fiscal de 2023, que começa em outubro.

    Em resposta a uma pergunta do congressista democrata Bill Keating sobre a duração da guerra na Ucrânia, Milley opinou que será “um conflito muito prolongado”.

    + ‘Massacre’ em Bucha é obstáculo para avanço em direção à paz, diz Zelensky

    “Penso que pode ser medido pelo menos em anos, não sei se uma década, mas durante anos, com certeza”, previu, frisando que isso significará que “a Otan, os EUA e todos os aliados e parceiros que estão apoiando a Ucrânia vão estar envolvidos durante muito tempo”.

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    Chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Mark Milley, e secretário de Defesa americano, Llloyd Austin, em reunião em Washington. 05/04/2022 (Kevin Dietsch/Getty Images)
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    As falas das autoridades americanas seguem uma declaração do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na qual levantou dúvidas sobre a possibilidade de um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, e sobre as negociações de paz em si, após acusar a Rússia de genocídio.

    Em discurso em vídeo ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas,  Zelensky detalhou o que viu durante sua visita à cidade de Bucha, ao norte de Kiev, onde mais de 400 corpos foram encontrados nas ruas após a retirada de tropas de Moscou.

    “Retornei ontem da nossa cidade de Bucha, liberada recentemente das tropas russas, não muito longe de Kiev. Não há um único crime que não cometeram. O Exército russo procurou e matou deliberadamente qualquer um que servia nosso país”, disse. “Eles atiraram e mataram mulheres do lado de fora de suas casas, eles mataram famílias inteiras, crianças e adultos, e tentaram queimar seus corpos.”

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    Segundo o presidente, haveria uma “política consistente de destruir a diversidade étnica e religiosa, então inflamam guerras e as lideram deliberadamente de maneira a matar o maior número possível de civis”. “Alguns foram baleados nas ruas, outros foram jogados em poços para que morressem. Há sofrimento. Foram mortos em apartamentos, explodidos por granadas em suas casas.”

    Na segunda-feira, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que a Rússia está “revendo os seus objetivos” na guerra da Ucrânia e planeja se concentrar no leste e parte do sul, em vez de tentar invadir todo o país, e previu que a nova fase do conflito será “longa”.

    Por outro lado, tanto Milley como Austin observaram nesta terça-feira que o envio de tropas dos EUA para a Ucrânia poderia ter dissuadido o presidente russo, Vladimir Putin, de invadir o país vizinho, mas que a possibilidade foi descartada devido ao risco de confronto direto com os russos.

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    “Não tenho certeza se (Putin) poderia ser dissuadido, dado que este tem sido o seu objetivo a longo prazo, durante vários anos. Por isso, penso que a ideia de dissuadir Putin de invadir a Ucrânia por parte dos Estados Unidos teria exigido o envolvimento das Forças Armadas americanas”, comentou Milley.

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