O Chile foi a estrela da América Latina nas últimas duas décadas. O país assinou tratados de livre-comércio, entre os quais a Aliança do Pacífico, passou a negociar frutas no mundo todo em condições vantajosas e se tornou o maior exportador de vinhos para o Brasil. Duas de suas universidades estão entre as quatro melhores da América Latina. Com uma economia menor que a do Estado de São Paulo, o país ostenta um PIB per capita que supera o do Distrito Federal, a unidade federativa mais abastada do Brasil. Os dados macroeconômicos chilenos são bons. A taxa de desemprego está em 7% (a brasileira é de mais de 12%). A inflação é baixa, de apenas 3% ao ano, e o PIB cresceu em média 3,5% anualmente desde 2010. A previsão de crescimento para este ano é de 1,3% (a do Brasil é de 0,7%).
A situação, porém, já foi bem melhor. Na década de 90, a economia cresceu em média 6% ao ano, embora o país continue muito dependente do cobre, minério do qual é o maior exportador mundial. Quando o preço internacional do cobre cai, o governo tem menos dinheiro para executar o Orçamento. Quando o valor sobe, sobra verba para os gastos públicos, incluindo os programas sociais. “O Chile tem dificuldade de atrair indústrias por ser menor que vizinhos como o Brasil e a Argentina. Para grandes empresas pode não fazer sentido instalar suas fábricas em um país com um mercado pequeno e a mão de obra mais cara da região”, diz a economista Patrícia Krause, da seguradora de crédito Coface, em São Paulo.
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