O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta segunda-feira, 13, que os Estados Unidos enviaram balões ao seu espaço aéreo mais de 10 vezes no ano passado.
A acusação ocorre depois que Washington derrubou, em 4 de fevereiro, um balão chinês sobre seu espaço aéreo, que autoridades americanas disseram fazer parte de uma “frota” de espionagem da China. Pequim, no entanto, disse que o aparelho era de uso civil, para pesquisas meteorológicas, e desviou-se de seu curso.
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Desde então, as relações entre os dois países se deterioraram. Nos últimos dias, os Estados Unidos relataram que derrubaram vários outros objetos não identificados – mas apenas o primeiro foi atrelado à China, por enquanto.
“Também não é incomum que os Estados Unidos entrem ilegalmente no espaço aéreo de outros países”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa.
“Desde o ano passado, os balões dos Estados Unidos voaram ilegalmente sobre a China mais de 10 vezes, sem qualquer aprovação das autoridades chinesas”, acrescentou. “A primeira coisa que o lado dos Estados Unidos deve fazer é começar do zero, passar por alguma auto-reflexão, em vez de difamar e acusar a China”.
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Wang também disse que Pequim respondeu às incursões de maneira “responsável e profissional”.
“Se você quiser saber mais sobre os balões de alta altitude dos Estados Unidos entrando ilegalmente no espaço aéreo da China, sugiro que consulte o lado dos Estados Unidos”, alfinetou.
A mídia estatal chinesa informou no fim de semana que um objeto voador não identificado foi avistado na costa leste do país, e que os militares estavam se preparando para derrubá-lo. Washington ainda não respondeu às alegações de Pequim.
O primeiro incidente com o balão levou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a cancelar uma viagem planejada a Pequim. O principal diplomata chamou a suposta operação de espionagem da China de “inaceitável e irresponsável”.
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No domingo, autoridades americanas ordenaram que uma “estrutura octogonal” não tripulada fosse derrubada em Michigan, perto da fronteira canadense. Este foi o quarto objeto abatido em oito dias: na sexta-feira 10, um aparelho menor foi atingido no Alasca, bem como um no norte do Canadá no sábado 11.
Wang disse que não tinha “nenhum conhecimento [sobre esses outros objetos]”.
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“Mas o que queremos dizer a todos aqui é que o disparo frequente de mísseis avançados dos Estados Unidos usados para derrubar objetos voadores não identificados é uma reação exagerada de força excessiva”, comentou ele.
Um comandante militar dos Estados Unidos, general Glen VanHerck, disse que o último objeto não apresentava qualquer indicação de ameaça. Segundo ele, poderia ser um “balão gasoso” ou “algum tipo de sistema de propulsão”, acrescentando que não poderia descartar que os objetos fossem extraterrestres.