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China censura redes sociais devido a protesto contra Xi

Fotos e vídeos da manifestação rapidamente se espalharam pelas redes de todo o mundo, mesmo com o esforço do Partido Comunista para removê-los

Por Da Redação
Atualizado em 14 out 2022, 19h14 - Publicado em 14 out 2022, 17h42

O governo da China censurou rigorosamente as imagens de um raro protesto em Pequim estimulando boicotes e pedindo a retirada do presidente Xi Jinping do poder, que ocorreu na quinta-feira 13, poucos dias antes do congresso do Partido Comunista Chinês, que vai definir o líder nacional pelos próximos cinco anos. 

Fotos e vídeos do protesto na ponte de Sitong começaram a aparecer nas redes sociais chinesas, onde é possível ver faixas estendidas e nuvens de fumaça saindo de uma das rodovias mais importantes da capital. 

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“Queremos comida, não testes de Covid-19. Queremos liberdade, não bloqueios. Queremos respeito, não mentiras. Queremos uma reforma, não uma Revolução Cultural. Queremos um voto, não um líder. Queremos ser cidadãos, não escravos”, dizia uma faixa, enquanto uma segunda pedia boicote às escolas, greves e a remoção de Xi.

As fotos do protesto rapidamente furaram a bolha chinesa e chegaram às redes sociais ocidentais, mas foram rapidamente removidas pelo governo da China. De acordo com a agência de notícias Associated Press, as palavras “Pequim”, “ponte” e “Haidian” – província onde os protestos aconteceram – foram estritamente controladas e uma música que compartilhava o nome da ponte foi removida dos serviços de streaming.

No Twitter, alguns usuários disseram que tiveram suas contas removidas do WeChat, uma das maiores redes sociais chinesas, depois que compartilharam fotos do protesto. No entanto, uma manifestação tão rara em um momento de incerteza política no país não passou facilmente despercebida. 

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Na manhã desta sexta-feira, 14, a hashtag “eu vi” no aplicativo Weibo, onde as pessoas faziam referência ao ato sem citá-lo diretamente, foi visualizada mais de 180 mil vezes em poucas horas, antes de também ser removida.

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Rapidamente, outras hashtags também começaram a aparecer nas redes sociais em relação ao incidente em Pequim. Uma delas referenciava um famoso ditado revolucionário que dizia que “uma pequena faísca pode incendiar a pradaria”. 

Alguns usuários alegaram ter identificado o manifestante como Cai Xia, um ex-integrante do Partido Comunista Chinês que postou em seu Twitter imagens de publicações de manifestantes sendo removidas das redes. Outros publicaram ainda fotos que supostamente mostram o responsável pelo ato na ponte usando um capacete para não ser identificado. 

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Um protesto amplamente divulgado contra Xi já é significativo por si só, mas a situação se torna ainda mais delicada por acontecer a poucos dias do congresso que vai definir o novo líder nacional. 

Por causa disso, milhares de delegados políticos foram a Pequim para uma semana de reuniões a portas fechadas e conversas políticas altamente coreografadas que devem reconduzir o atual presidente para um terceiro mandato que fará dele o líder mais longevo da China desde Mao Tsé-tung.

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Além das redes sociais, o protesto foi rapidamente suprimido presencialmente. Pouco após o surgimento das fotos, já não havia banners pendurados na estrada e uma marca preta podia ser vista no local onde aconteceu o pequeno incêndio.

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