O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar nesta segunda-feira, 4, a forma como a China lidou com a pandemia de coronavírus em seu território. Segundo o republicano, Pequim cometeu “um erro terrível” na resposta à Covid-19 e posteriormente tentou encobrir suas falhas.
Esta não é a primeira vez que Trump demonstra suas preocupações com o papel da China na origem e disseminação da doença. O presidente diz ter motivos para acreditar que a pandemia de coronavírus se originou em um laboratório na cidade de Wuhan, onde o surto da Covid-19 começou. O americano não apresentou nenhuma evidência para confirmar suas suspeitas.
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Clique e Assine“Vamos apresentar um relatório muito sólido sobre exatamente o que achamos que aconteceu”, disse Trump neste domingo em uma entrevista à emissora Fox News. “E acho que será muito conclusivo”, completou.
O republicano afirmou ainda que a China escondeu e demorou a alertar sobre os perigos da Covid-19, informando que não irá reduzir ainda mais as tarifas comerciais impostas ao país, mesmo com os acordos firmados antes da pandemia.
Outros membros da Casa Branca também elevaram o tom contra a China. “Há uma enorme quantidade de provas de que foi ali que começou”, insistiu neste domingo o secretário de Estado, Mike Pompeo, em referência ao laboratório de virologia de Wuhan.
Na semana passada Trump já havia ameaçado impor novas tarifas sobre os produtos chineses pela ‘culpa’ do país no surto. Pequim negou diversas vezes as acusações.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo volta a escalar em um momento que mais de 3,5 milhões de pessoas já foram infectados no mundo todo. A China, que já foi o epicentro da pandemia, tem hoje um baixíssimo número de contágios diários. Ao todo, o país registrou quase 84.000 casos de Covid-19 e mais de 4.600 mortes.
Já os Estados Unidos são atualmente o país mais atingido, com 1,1 milhão de casos e mais de 67.000 mortes. Ao longo dos últimos meses, a China passou do epicentro da Covid-19 ao primeiro país a colocar em prática uma reabertura após quase dois meses de isolamento social.
Pequim, contudo, não está imune a críticas e também é alvo de outros governos, além do americano. A China vem sendo acusada de subnotificar os casos e óbitos intencionalmente. Os métodos radicais utilizados pelos chineses para controlar o isolamento social de sua população também foram questionados, assim como a prisão de médicos e ativistas que denunciaram o surgimento da doença no fim do ano passado.