China condena à morte ex-ministro da Agricultura em meio a expurgo anticorrupção

Tang Renjian, ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, foi condenado à morte pelo crime de suborno no domingo 29, de acordo com a mídia estatal Xinhua, depois de julgamento do Tribunal Popular Intermediário de Changchun, na província de Jilin. A medida ocorreu em meio a uma intensa campanha anticorrupção por parte do governo de Xi Jinping, que viu expurgos no Exército e nas altas cúpulas do poder do Partido Comunista Chinês.

O político teve a pena suspensa por dois anos por ter confessado os crimes, cooperado na recuperação dos valores e demonstrado arrependimento, reportou a Xinhua. Ele também foi sentenciado à privação vitalícia de todos os seus direitos políticos, e seus bens pessoais foram confiscados.

Tang foi acusado de receber propinas, incluindo dinheiro e bens no valor de mais de 268 milhões de yuans (mais de R$ 200 milhões), ao beneficiar terceiros em contratos ao longo dos vários cargos públicos que ocupou entre 2007 e 2024. O Partido Comunista da China expulsou o político em novembro de 2024, seis meses após ele tornar-se alvo de uma investigação da Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCID), o órgão anticorrupção do país, e ser destituído do cargo.

Campanha anticorrupção

A investigação de Tang foi excepcionalmente rápida e ocorreu após inquéritos semelhantes sobre o ex-ministro da Defesa Li Shangfu e seu antecessor, Wei Fenghe.

O presidente Xi Jinping iniciou uma campanha anticorrupção em 2012, logo após sua eleição como secretário-geral do partido. Mas, desde 2020, ele intensificou ainda mais os expurgos no aparato de segurança interna da China, com o objetivo declarado de garantir que policiais, promotores e juízes sejam “absolutamente leais, absolutamente puros e absolutamente confiáveis”.

Tang foi governador da província de Gansu, no oeste do país, de 2017 a 2020 antes de ser nomeado ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, de acordo com biografias oficiais. Ele também era membro do Comitê do Partido Comunista da China.

Em janeiro, Xi reiterou que a corrupção continua em alta e representa a maior ameaça ao Partido Comunista da China.

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