China condena agressão a ministra de Hong Kong no Reino Unido
Pequim exige que governo britânico investigue incidente; Teresa Cheng se machucou após ser abordada por manifestantes pró-democracia em Londres
A China acusou o Reino Unido nesta sexta-feira, 15, de “jogar lenha na fogueira” após a agressão, em Londres, da ministra da Justiça de Hong Kong, assediada por manifestantes pró-democracia.
“Exigimos do Reino Unido que investigue imediatamente os fatos, que faça o máximo possível para prender seus autores, que os leve perante a Justiça e garanta a segurança e a dignidade de todos os funcionários chineses”, disse à imprensa o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.
Na noite de quinta-feira 14, a secretária de Justiça de Hong Kong, Teresa Cheng, foi abordada em uma rua de Londres por uma grupo de manifestantes favoráveis ao movimento pró-democracia que abala o território autônomo há seis meses. Os ativistas gritaram contra a política, que caiu no chão e machucou o braço.
A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, classificou o incidente como um “ataque bárbaro”.
Há seis meses, manifestantes saem às ruas semanalmente em Hong Kong para pedir mais autonomia em relação à Pequim. Os atos começaram em junho contra a proposta de lei de extradição que, supostamente, possibilitaria à China continental perseguir dissidentes políticos. Apesar do parlamento de Hong Kong ter enterrado a proposta em outubro, a indignação nas ruas persiste.
Manifestantes contrários à influência chinesa continuam saindo às ruas para pedir a renúncia da chefe do Executivo, Carrie Lam, que é vista como uma marionete de Pequim. Também pedem maior autonomia na escolha de líderes regionais e anistia para os ativistas condenados por violência durante os protestos.
Nesta quinta-feira 14, foi confirmada a segunda morte nos protestos. Um senhor de 70 anos morreu após ser atingido na cabeça por um tijolo arremessado por um manifestante. No início de novembro, um estudante caiu depois de subir em um parapeito para escapar do gás lacrimogêneo lançado pela polícia nas manifestações e também faleceu.
(Com AFP)