Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

China convoca 100.000 autoridades para solucionar recessão pandêmica

O primeiro-ministro chinês discursou a autoridades provinciais, municipais e estaduais contra a política oficial de "Covid zero" do governo central

Por Da Redação
Atualizado em 26 Maio 2022, 13h36 - Publicado em 26 Maio 2022, 10h21

A agência de notícias estatal chinesa Global Times informou nesta quinta-feira, 26, que o gabinete da China realizou uma reunião de emergência com mais de 100.000 participantes na véspera, em que os principais líderes do país pediram novas medidas para estabilizar a economia – em frangalhos devido às rigorosas restrições contra a pandemia do país, política apelidada de “Covid zero”.

A videoconferência do Conselho de Estado contou com a presença de autoridades provinciais, municipais e estaduais, de acordo com um relatório do Global Times. O primeiro-ministro Li Keqiang e outras figuras de alto escalão também estavam presentes.

Li pediu por medidas do governo central para reduzir o desemprego e garantir que as vagas existentes permaneçam abertas.

A segunda maior economia do mundo foi atingida em vários setores desde que um novo surto de Covid-19 começou em março, levando ao bloqueio total em muitas grandes cidades – com destaque para o centro financeiro de Xangai, onde não foi permitido que a população saísse de suas casas ou bairros por um mês e meio.

Para Li, o impacto econômico observado em março e abril deste ano superou o de 2020, durante o surto inicial do coronavírus. Atualmente, as taxas de desemprego são maiores, enquanto a produção industrial e o transporte de cargas estão reduzidos. O primeiro-ministro chamou a situação de “complexa e grave” no início de maio, uma das principais autoridades a criticar abertamente a estratégia “Covid zero”.

+ China dobra a aposta em “Covid Zero” e gera mais pressão econômica

“A reunião incomum encerra uma série cada vez mais urgente de pronunciamentos oficiais nos últimos dias, tentando resolver a interrupção econômica causada pela onda de bloqueios do Covid-19”, escreveu em nota o grupo de pesquisa Gavekal Dragonomics nesta quinta-feira.

Continua após a publicidade

“O foco urgente de alto nível na estabilização do crescimento abre a porta para que medidas de estímulo mais agressivas sejam implantadas nas próximas semanas”.

No início desta semana, o banco de investimento UBS reduziu sua previsão de crescimento do PIB chinês para 3% (a China disse que espera um crescimento de cerca de 5,5% este ano). No ano passado, a economia do gigante asiático expandiu 8,1%, contra 2,3% em 2020. É ritmo mais lento em décadas.

+ Como o lockdown total de Xangai impacta economias em todo o globo

Na segunda-feira 23, em uma reunião executiva do Conselho de Estado, autoridades divulgaram 33 novas medidas econômicas, incluindo aumento de reembolsos de impostos, concessão de empréstimos a pequenas empresas e concessão de empréstimos de emergência ao setor de aviação, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

As medidas também reduzem algumas restrições relacionadas à Covid-19, como a liberação da circulação de caminhões que partem de áreas de baixo risco de infecção.

Continua após a publicidade

Na reunião da quarta-feira 25, Li pediu que os departamentos do governo implementassem essas 33 medidas até o final de maio, com o apoio de uma força-tarefa do Conselho de Estado a 12 províncias a partir desta quinta-feira.

A política de Covid zero visa eliminar todas as cadeias de transmissão usando bloqueios nas fronteiras de províncias e bairros, quarentenas obrigatórias, testes em massa e lockdowns-relâmpago. Contudo, a variante Omicron, altamente infecciosa, tomou o país em março e desafia a estratégia.

Neste mês, mais de 30 cidades estavam sob bloqueio total ou parcial, impactando 220 milhões de pessoas em todo o país, segundo cálculos da emissora americana CNN. Do Big Tech aos bens de consumo, isso está destruindo tanto a oferta quanto a demanda nas indústrias.

Embora algumas dessas cidades tenham flexibilizado algumas restrições, o impacto da interrupção nas cadeias produtivas ainda se faz sentir. Muitas empresas foram forçadas a suspender as operações, incluindo as montadoras Tesla e Volkswagen. O Airbnb é a mais recente empresa multinacional a sair do país, porque o negócio de compartilhamento de casas tornou-se insustentável em meio às restrições.

Continua após a publicidade

+ China pode ter 1,5 milhão de mortes se abandonar política de ‘Covid zero’

Mesmo assim, as principais autoridades do país insistem na política de Covid zero. Nesta segunda-feira, sete distritos de Pequim foram parcialmente bloqueados, afetando quase 14 milhões de habitantes. Nos dois maiores distritos da cidade, Chaoyang e Haidian, todos os serviços não essenciais – shoppings, academias e espaços de entretenimento – foram fechados.

Xangai revelou planos para suspender bloqueios nesta quinta-feira, mas uma recuperação econômica nacional ainda está distante. O centro financeiro da China vai reabrir fronteiras e serviços não-essenciais a partir do dia 1º de junho, com retorno de estudantes às escolas a partir de 6 de junho.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.