China demanda que EUA anule venda bilionária de armas à Taiwan
Contratos de armas chegam a 1,8 bilhões de dólares; 135 mísseis tem capacidade para atingir solo chinês
O governo chinês pediu aos Estados Unidos nesta quinta-feira, 22, que o país anule a venda de armas no valor de 1,8 bilhão de dólares à Taiwan “para evitar maiores prejuízos às relações bilaterais, assim como à paz e establidade no Estreito de Taiwan”.
A venda foi anunciada na quarta-feira 21 pelo governo americano. Além dos 135 mísseis Standoff Land Attack Missile Expanded Response (Slam-ER), que possuem um alcance máximo de 270 km e que foram vendidos num valor de 1 bilhão de dólares, os americanos incluíram no pacote de armas lança-foguetes táticos e equipamentos de imagem para o reconhecimento aéreo. O total dos contratos eleva o valor pago a 1,8 bilhão de dólares.
Segundo o Departamento de Estado americano, a venda das armas “serve aos interesses econômicos e de segurança nacional dos Estados Unidos, ajudando (Taiwan) a modernizar suas Forças Amadas e a conservar uma capacidade de defesa confiável”.
Pequim, por sua vez, disse que “uma legítima e necessária resposta dependendo da evolução da situação”, segundo o porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian.
O ministério taiwanês da Defesa destacou que o armamento ajudará Taiwan a “construir uma capacidade confiável de combate”.
Pequim considera Taiwan parte da China e ameaça regularmente recorrer à força em caso de proclamação formal de independência de Taipé ou de intervenção estrangeira, especialmente americana.
Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé em 1979 para reconhecer Pequim, mas continua sendo o aliado mais importante da ilha e seu principal fornecedor de armas.
A China aumentou a pressão militar e diplomática sobre Taiwan desde a eleição em 2016 da presidente Tsai Ing-wen, que rejeita a visão de Pequim de que a ilha é parte de “uma só China”.