O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, ordenou uma investigação sobre um escândalo de falsificação de vacinas no país, em meio ao pânico crescente da população em relação à segurança dos medicamentos, informaram nesta segunda-feira (23) veículos de imprensa internacionais. O premiê pediu severa punição aos envolvidos e disse que o incidente “cruzou uma linha moral”.
Na semana passada, as autoridades chinesas condenaram a fabricante Changsheng Biotechnology, uma das maiores do país, por falsificar dados na produção e inspeção de lotes de vacina contra raiva. A empresa teve de interromper a fabricação do produto e recolher todos os lotes afetados que estavam em circulação, além de pagar uma multa de 3,4 milhões de yuans (1,9 milhões de reais), segundo a rede britânica BBC.
De acordo com um relatório divulgado pela Xinhua, a agência de notícias oficial do governo, um funcionário disse que a empresa “fabricou registros de produção e de inspeção de produtos”, assim como “arbitrariamente alterou os parâmetros e equipamentos do processo” durante a produção.
Após esse episódio, a Administração de Alimentos e Drogas da China (CFDA, na sigla em inglês) disse que a vacina anti-rábica foi recolhida e que a empresa seria investigada.
Dias depois, as autoridades da província de Jilin anunciaram que um lote de 2017 de vacina produzidas pela empresa contra difteria, tétano e coqueluche também estava abaixo do padrão exigido pelo órgão regulador. A mídia estatal CGTN afirmou mais de 250.000 doses da vacina contra coqueluche naquele lote já haviam sido vendidas para centros de controle e prevenção de doenças no leste da China.
Não houve nenhum relato de danos causados pelas vacinas em pessoas, mas o escândalo provocou um enorme clamor na China. A empresa teve de suspender as negociações na bolsa de valores nesta manhã, após o valor de suas ações cair mais de 10% só hoje.
Desde meados de julho, quando as notícias do escândalo começaram, as ações da Changsheng acumularam uma queda de 47%.
Após o escândalo vir à tona, a empresa pediu desculpas, dizendo que estava “culpada e envergonhada” pelo ocorrido e iria cooperar com a investigação.