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Cidadão americano é preso ao cruzar fronteira para Coreia do Norte

Comando da ONU informa que um homem estava em uma excursão na Coreia do Sul e foi para o país vizinho a pé, sem autorização

Por Da Redação
18 jul 2023, 09h05

O Comando das Nações Unidas na fronteira da Coreia do Sul disse nesta terça-feira, 18, que um cidadão americano cruzou a linha fortificada para a Coreia do Norte sem autorização, e agora está sob custódia do regime norte-coreano.

Segundo o órgão, o americano estava em uma excursão na vila fronteiriça de Panmunjom, e atravessou a Zona Desmilitarizada da Coreia (DMZ), estabelecida pelo Acordo de Armistício Coreano, em 1953, chegando ao país vizinho sem autorização.

O Comando das Nações Unidas confirmou que o indivíduo foi preso e afirmou que estava negociando com seus colegas norte-coreanos para resolver o incidente. No comunicado, não deu mais detalhes sobre a identidade do americano ou por que ele cruzou a fronteira.

Casos de pessoas em território sul-coreano desertando para a Coreia do Norte são raros, embora mais de 30 mil norte-coreanos tenham fugido para o país vizinho desde o fim da guerra da Coreia (1950-53), fugindo da repressão política e dificuldades econômicas.

Panmunjom, uma vila localizada dentro da DMZ, foi fundada no final da guerra da Coreia. Como está muito próxima à Coreia do Norte, tornou-se um popular ponto turístico.

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A área é supervisionada em conjunto pelo Comando das Nações Unidas e pela Coreia do Norte. Nenhum civil vive em Panmunjom.

Em novembro de 2017, soldados norte-coreanos dispararam 40 tiros enquanto um de seus colegas tentava cruzar a fronteira. O soldado foi atingido cinco vezes antes de ser encontrado sob uma pilha de folhas no lado sul de Panmunjom. Ele sobreviveu e está morando na Coreia do Sul.

Um pequeno número de soldados americanos desertou para a Coreia do Norte durante a Guerra Fria, incluindo Charles Jenkins, que abandonou seu posto militar na Coreia do Sul em 1965 e cruzou a zona desmilitarizada. O regime adotou sua imagem em filmes de propaganda, e ele se casou com uma estudante de enfermagem japonesa que havia sido sequestrada por agentes norte-coreanos. Jenkins morreu no Japão, em 2017.

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Nos últimos anos, alguns americanos foram presos na Coreia do Norte após supostamente entrarem no país vindos da China. Mais tarde, foram condenados por espionagem, mas a maioria foi libertada depois que os Estados Unidos enviaram missões para negociar sua volta para casa.

Em 2018, a Coreia do Norte libertou os últimos três detidos americanos registrados. À época, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, estava envolvido em negociações nucleares com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Uma tentativa de acordo, contudo, entrou em colapso em 2019, em meio a disputas sobre as sanções de Washington contra Pyongyang.

Nesta terça-feira, a nova travessia ocorre em meio a altas tensões sobre uma onda de testes com mísseis intercontinentais nucleares da Coreia do Norte. Os Estados Unidos enviaram, também na terça, um submarino com armas nucleares para a Coreia do Sul pela primeira vez em décadas, como tentativa de dissuasão contra a Coreia do Norte.

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