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Cidade colombiana decreta toque de recolher após protestos

Secretário de Segurança de Cali determinou que todos saiam das ruas às 19h; em Bogotá polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar bloqueios

Por Da Redação
Atualizado em 21 nov 2019, 18h29 - Publicado em 21 nov 2019, 18h22

A cidade colombiana de Cali, a sudoeste de Bogotá, decretou toque de recolher a partir das 19h (horário local, 21h em Brasília) desta quinta-feira, 21, após os protestos contra o governo do presidente Iván Duque se tornarem violentos.

“Não permitiremos que uma minoria violenta desvie nossa cidade. Polícia, Exército e Força Aérea farão cumprir esta ordem”, escreveu o secretário de Segurança da cidade, Andrés Villamizar, no Twitter.

Alguns manifestantes derrubaram um semáforo e atacaram um terminal de ônibus. Nas redes sociais, moradores postaram vídeos de homens encapuzados vandalizando uma viatura de polícia, atacando agentes e um centro comercial.

O sistema de ônibus público de Cali funcionou normalmente nas primeiras horas do dia. No entanto, interrompeu suas operações horas depois devido a obstáculos que os manifestantes colocavam nas ruas.

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Os protestos

Estudantes e trabalhadores colombianos saíram nesta quinta às ruas do país para protestar contra a política econômica e social do presidente Iván Duque em um dia que praticamente o comércio ficou paralisado e o trânsito nas avenidas do país.

As primeiras manifestações dessa greve nacional surgiram nas universidades públicas de Bogotá, Medellín e Cali. A elas estão se juntando pessoas a caminho do centro das cidades, que circulam pelas avenidas desertas.

“O governo não investe na educação por medo da emancipação” ou “mais salários, menos impostos”, dizem alguns dos cartazes dos estudantes da Universidade Pedagógica da Colômbia, que deixaram a área financeira de Bogotá em direção à praça Bolívar.

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Em Bogotá, grupos organizados impediram que os ônibus saíssem das estações do sistema Transmilenio, o BRT local, o que deixou milhares de pessoas sem condução durante a manhã. Com isso, a concessionária decidiu suspender as operações. Policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar os bloqueios.

Cenas semelhantes se repetem em diferentes cidades, como Medellín, onde uma multidão lotou as ruas em direção ao Parque de las Luces, onde se concentrarão. Em Barranquilla, a rede de ônibus do Transmetro teve que ser paralisada pelos bloqueios nas avenidas.

Enquanto isso, em Cartagena das Índias, a maior parte do comércio amanheceu fechada na Avenida Pedro de Heredia, onde uma multidão se move em direção ao centro histórico.

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Foram registrados incidentes em Suba, um bairro no noroeste de Bogotá, onde há atritos entre o Esquadrão Policial Anti-Motim (Esmad) e manifestantes que bloquearam a principal avenida da região, que dá acesso às estações do sistema de transporte público.

No tradicional bairro de Chapinero, em Bogotá, homens encapuzados jogaram tinta nas estações de Transmilenio. Eles também escreveram palavras de ordens contra o governo em ônibus e rasgaram plásticos com os quais alguns comerciantes tentavam proteger suas empresas.

Os protestos desta quinta-feira são os maiores contra o governo de Duque e ocorrem em um momento de turbulência social na América Latina, que aumenta o medo de muitos cidadãos de um surto de violência.

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Para evitar excessos, o governo implementou medidas de segurança que incluem fechamento de fronteiras, destacamento policial, vigilância aérea e reforço militar, se necessário, em algumas cidades.

De acordo com os sindicatos, o governo Duque está elaborando um pacote de medidas que causarão um forte impacto econômico e social sobre os trabalhadores, como a eliminação do fundo de pensão estatal Colpensiones, o aumento da idade da aposentadoria e a contratação de jovens com salários abaixo do mínimo, entre outras medidas.

(Com EFE e Estadão Conteúdo)

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