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Cidade de Fukushima permite que moradores retornem 11 anos após desastre

A cidade fantasma de Futaba tem por objetivo aumentar a população para 2.000 habitantes até 2030

Por Da Redação
30 ago 2022, 09h58
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  • Mais de uma década após o pior desastre nuclear do Japão, a cidade que abriga a desativada usina nuclear de Fukushima Daiichi finalmente suspendeu uma ordem de evacuação nesta terça-feira, 30, permitindo que ex-moradores voltem para casa.

    A cidade de Futaba, anteriormente considerada fora dos limites, é o último dos 11 distritos a suspender sua ordem de evacuação.

    Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9,0 atingiu a costa leste do Japão, provocando um tsunami que causou um colapso nuclear na usina e uma grande liberação de material radioativo. Foi o pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl em 1986.

    Mais de 300.000 pessoas que viviam perto da usina nuclear foram forçadas a deixar a região temporariamente; muitas milhares o fizeram voluntariamente. Comunidades movimentadas foram transformadas em cidades fantasmas.

    Nos anos seguintes, operações de limpeza e descontaminação em larga escala permitiram que alguns moradores que viviam na antiga zona de exclusão retornassem.

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    Futaba abriga o complexo Tokyo Electric Power Company (TEPCO) e uma estação ferroviária. Instalações públicas, como a recém-reaberta prefeitura municipal, devem reiniciar as operações na próxima segunda-feira, 5.

    Fotos da cidade mostram lojas, casas e templos religiosos vazios, muitos dos quais com danos externos, como telhados caídos e janelas quebradas. As ruas estão praticamente vazias.

    Antes do desastre nuclear, Futaba tinha uma população de cerca de 7.100 habitantes. No final de julho deste, mais de 5.500 continuam registradas como residentes. Os moradores foram autorizados a entrar na área nordeste de Futaba – mas não a morar lá – desde março de 2020, quando especialistas disseram que os níveis de radiação não excediam 20 milisieverts por ano.

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    Esse nível é equivalente a duas tomografias de corpo inteiro, e os órgãos de segurança internacionais recomendam que seja o limite de exposição anual de um indivíduo à radiação.

    As autoridades começaram a se preparar para a reabertura da cidade neste ano. Em janeiro, foi lançado um programa que permite que ex-moradores retornem temporariamente, mas apenas 85 pessoas de 52 famílias participaram. Ainda não está claro quantas pessoas retornarão – e quanto tempo a cidade levará para se recuperar.

    Mais de 80% do município é designado como zona “difícil de retornar”, ainda com altos níveis de radiação. Uma pesquisa realizada em agosto passado descobriu que 60,5% dos moradores decidiram não voltar – muito superior aos 11,3% que queriam voltar.

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    Futaba não tem previsão oficial de quando outras áreas da cidade serão totalmente descontaminadas, mas seu objetivo é aumentar a população para 2.000 habitantes até 2030.

    Se outras cidades japonesas afetadas pelo desastre nuclear de 2011 servem de exemplo, Futaba tem um longo caminho pela frente. Mesmo os lugares que suspenderam as ordens de evacuação há vários anos continuam a enfrentar desafios.

    A vila de Katsurao, que fica a cerca de 40 quilômetros da usina, foi reaberta aos moradores em 2016, mas algumas famílias ainda estão esperando que suas partes da vila sejam descontaminadas.

    Apesar dos esforços de descontaminação, uma pesquisa de 2020 da Universidade Kwansei Gakuin descobriu que 65% dos evacuados não queriam mais retornar à prefeitura de Fukushima – 46% temiam contaminação residual e 45% se estabeleceram em outro lugar.

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