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Cidade violenta do México recebe primeiros solicitantes de refúgio nos EUA

Medida obedece política de Donald Trump de restringir ingresso de centro-americanos, que recebe aval do governo mexicano

Por Da Redação
10 jul 2019, 14h11

Nuevo Laredo, cidade fronteiriça do México conhecida por seus altos índices de violência, recebeu a primeira leva de imigrantes com destino aos Estados Unidos na terça-feira, 9. A chegada deles é parte de um programa iniciado em janeiro que, entre outros, proíbe solicitantes de refúgio de ingressarem em território americano antes da concessão desse status.

O grupo de 10 pessoas, que incluiu centro-americanos, venezuelanos e cubanos, entrou por Tamaulipas, Estado do nordeste mexicano, cruzando a ponte de fronteira de Nuevo Laredo, disse uma fonte do Instituto Nacional de Migração. Eles aguardarão em Tamaulipas enquanto suas solicitações de ingresso nos EUA são analisadas.

A medida é parte de um plano dos Estados Unidos, em coordenação com o México, para ampliar o programa Protocolo de Proteção aos Migrantes (MPP, na sigla em inglês), que começou no setor de Laredo, no sudoeste dos Estados Unidos, informaram autoridades do Departamento de Segurança Interna.

O diretor do abrigo Julio Lopez, que recebeu um dos imigrantes devolvidos, disse que Tamaulipas “não tem um plano de ação para atender estas pessoas tal como prometido”. O México concordou em junho em aumentar o número de portos de entrada, em conformidade com o MPP, depois da ameaça de imposição de tarifas sobre os produtos mexicanos pelo presidente americano, Donald Trump.

O programa, também conhecido como “Permaneça no México”, distribui os imigrantes em localidades da fronteira mexicana enquanto seus pedidos são processados nos Estados Unidos e contemplou 18.503 imigrantes desde seu lançamento.

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Anteriormente, os imigrantes aguardavam a regularização de sua situação em solo americano, como é praxe em todos os países. Com a nova política, o solicitante de refúgio espera no lado mexicano da fronteira. Essa situação pode se alongar por meses, incentivar a travessia de forma irregular e colocar vidas em risco.

O MPP é parte de um esforço de Trump para conter o ingresso de imigrantes indocumentados pela fronteira sul do país , especialmente os provenientes de El Salvador, Guatemala e Honduras.

Na terça-feira, autoridades de fronteira dos Estados Unidos anunciaram que as apreensões de imigrantes na divisa sudoeste diminuíram de 144.278, em maio, para 104.344, em junho. O Ministério das Relações Exteriores mexicano citou dados semelhantes no início de julho, louvando seus próprios esforços para conter a imigração rumo aos Estados Unidos.

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Na semana passada, Tamaulipas se recusou a participar do MPP, em um sinal das tensões causadas pelo plano. Trata-se de um dos territórios mais desgovernados do México, mas que também tem as passagens de fronteira mais utilizadas pelos migrantes, graças em parte à sua localização geográfica e à ausência de barreiras fronteiriças.

“Abrir essa fronteira coloca os imigrantes em grande risco devido ao histórico de sequestros e massacres de gangues de criminosos”, disse Oscar Hernandez, pesquisador de migrações do College of the Northern Border.

(Com Reuters)

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