Cidades europeias anunciam restrições após aumento de casos de Covid-19
Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como 'alarmante' o crescimento da pandemia na quinta-feira 17
Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter classificado o surgimento de novos casos de Covid-19 como “alarmantes” na Europa, diversas cidades do continente anunciaram nesta sexta-feira, 18, a imposição de novas restrições para conter a disseminação da doença.
No Reino Unido, são 3.000 novos casos por dia, com região mais afetada sendo o nordeste da ilha. O governo britânico determinou a proibição da reunião de mais de seis pessoas, incluindo crianças.
Em pubs, somente serão permitidos os atendimentos na mesa, enquanto locais de entretenimento terão que permanecer fechados entre 22h e 17h. O Reino Unido soma mais de 380.000 casos, incluindo 41.705 mortes.
Na Espanha, as autoridades de Madri reconheceram que se viram sobrecarregadas pelo ressurgimento de novos casos. Nas últimas semanas, a região, de 6,6 milhões de habitantes, concentra um terço dos novas infecções e mortes registrados no país, que já registrou mais de 640.000 casos, incluindo 30.495 mortes.
“É preciso fazer o que for preciso para controlar a situação em Madri”, disse o ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, na quinta-feira 17.
Diante do agravamento da situação, as autoridades regionais tiveram de anunciar, nesta sexta, novas restrições que entrarão em vigor nos próximos dias. O objetivo é “restringir a mobilidade e também diminuir a atividade em áreas (…) onde há maior transmissão do vírus”, disse o chefe regional de Saúde, Antonio Ruiz Escudero.
O ministro regional da Justiça, Enrique López, reconheceu que a palavra confinamento “gera ansiedade” e destacou que o governo da Comunidade de Madri pretende apenas “reduzir a mobilidade e os contatos” para prevenir os riscos, sem chegar ao extremo de confinar a população.
Na França, as cidades de Gironde, situada na região de Bordeaux, e Bouches-du-Rhône, em Marselha, também anunciaram novas restrições, uma vez que a doença avança rapidamente. Em Gironde, a secretária de Segurança Publica, Fabianne Buccio, reduziu o número de participantes em eventos e locais públicos. Além disso, reuniões entre amigos e famílias deverão ser limitadas a no máximo 10 pessoas.
Já em Bouches-du-Rhône, a prefeita da cidade, Michèle Rubirola, optou por um caminho menos restritivo e mais “pedagógico”. O uso mandatório de máscaras em lugares fechados continua em vigor, ao ar-livre se torna opcional.
A França possui mais de 415.000 casos, incluindo 31.095 mortes.
Na quinta-feira, a OMS também manifestou preocupação com a redução do tempo de quarentena por parte de alguns países europeus, como a França. A organização continua recomendando um isolamento de 14 dias para todas as pessoas que tiveram contato com indivíduos infectados.
Desde o início da pandemia, a Europa registrou 4.893.614 casos e 226.524 mortes por Covid-19. É uma parcela expressiva dos quase 30 milhões de contágios e 941.000 mortes mundiais.
“Os números de setembro deveriam servir de alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos registrados em março e abril”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa. Ele afirmou que os casos registrados na região na semana passada ultrapassaram os 300.000.
Nas últimas duas semanas, mais da metade dos países europeus registrou um aumento de casos superior a 10% e em sete deles o número chegou a duplicar. Na França, foram registrados 10.000 novos contágios nas últimas 24 horas. O país organiza testes em massa, mas, segundo Klugle, mesmo assim são “taxas alarmantes de transmissão em toda a região”.
(Com AFP)