O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou no domingo, 10, “situação de desastre” em todo o país devido às chuvas torrenciais dos últimos dias, que provocaram inundações, transbordamentos e deslizamentos de terra.
“Devido ao que está acontecendo, foi declarada uma situação de desastre em todo o país devido à variabilidade climática, gerando impactos imprevisíveis e inusitados, aumentando a vulnerabilidade nos territórios”, disse Petro em entrevista coletiva, após reunião com autoridades de gestão de risco para analisar a situação das chuvas.
A declaração é válida para todo o país, mas os esforços se concentrarão “em uma escala muito maior” no norte do departamento de La Guajira, em todo o departamento de Chocó e na capital Bogotá “devido à escassez de água potável”, segundo o presidente.
“O que uma declaração como essa faz é que podemos, com base no decreto, transferir hoje os recursos orçamentários da nação para outras entidades que nada têm a ver com esse tipo de atenção às regiões que estão sendo vítimas climáticas da situação atual”, disse Petro, acrescentando que o período chuvoso vai durar até o mês de dezembro.
O presidente afirmou que a vulnerabilidade climática na Colômbia “está sendo agravada pelos impactos que têm a ver com o desmatamento, as economias ilícitas e, no caso de Bogotá, na minha opinião, pela urbanização descontrolada”.
Chuvas torrenciais
Segundo previsões do governo, as fortes chuvas podem se estender até o final do ano e atingir zonas que até o momento não sofreram com os impactos. As fortes chuvas dos últimos dias na Colômbia causaram estragos em diversas regiões, atingindo um total de 27 dos 32 departamentos do país, de acordo com a Unidade Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (UGRD).
“No consolidado estamos a falar de 186 municípios em 27 departamentos, com 467 ocorrências registadas e cerca de 46 mil famílias poderão ser afetadas”, disse o diretor da Unidade Nacional de Gestão de Risco de Desastres (UNGRD), Carlos Carrilho.
Os principais danos ocorreram no departamento de Chocó, o mais pobre do país, onde cerca de 30 mil famílias foram afetadas, além de mais de 4.000 casas e 18 escolas. De acordo com os dados preliminares divulgados por Carrillo, não há vítimas ou desaparecidos até o momento.