Autoridades da Colômbia, Equador e Peru pediram, na quarta-feira (29), o apoio de organismos internacionais e de países desenvolvidos para melhorar seus serviços públicos, "sobrecarregados" pela chegada de milhares de venezuelanos.Em reunião realizada em Lima, autoridades imigratórias dos três países da Comunidade Andina também concordaram em pedir que a Venezuela agilize a emissão passaportes para seus cidadãos e evite "problemas complexos" para as outras nações sul-americanas.O diretor-geral de comunidades peruanas no exterior, Enrique Bustamante, explicou que os governos estão atendendo aos venezuelanos em seus serviços de saúde, vacinação e alimentação com a ajuda de alguns organismos internacionais, mas que, apesar disso, suas capacidades estão sobrecarregadas."Esperamos que esta (ajuda) aumente e que possamos contar com o apoio dos organismos internacionais e também da cooperação direta de países desenvolvidos que permitam contornar essa crise imigratória que vivemos na região, que nos afeta por não estarmos preparados para atender esse volume de pessoas", disse Bustamante à imprensa.Em gravíssima crise econômica e escassez de bens e serviços básicos, a Venezuela assistiu nos últimos meses a um êxodo maciço de sua população. De acordo com as Nações Unidas, dos 2,3 milhões de venezuelanos que vivem no exterior — 7,5% da população total —, mais de 1,6 milhão fugiu do país desde 2015.A maioria dos venezuelanos emigrou para os países vizinhos da América do Sul. A Colômbia abriga mais de 1 milhão, e o Equador recebeu cerca de 340.000. O Peru tornou-se destino de 414.000 venezuelanos. O Brasil acolheu cerca de 60.000. Peru e Equador declararam situação de emergência e impuseram medidas para restringir o ingresso.A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou para o dia 5 de setembro uma sessão extraordinária de seu conselho permanente para tratar da crise migratória.Diante da iniciativa, o Equador adiantou para os dias 3 e 4 de setembro uma reunião sobre a migração venezuelana, para a qual estão convidados 13 governos da região.(Com Reuters)