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Com economia aos frangalhos, Argentina se prepara para eleições

Os argentinos vão às urnas no próximo domingo em meio a uma crise que deve se intensificar até o final do ano

Por Da Redação
19 out 2023, 13h35

Com inflação batendo os 138%, reservas de moeda estrangeira no vermelho, desconfiança no peso e o fantasma da recessão, a Argentina vai às urnas no próximo domingo, 22, para escolher seu próximo presidente. A disputa se dará entre três candidatos, sendo que a conservadora Patricia Bullrich ficou apagada na campanha. Os dois cabeças de lança são o ultraliberal de extrema direita Javier Milei e o ministro da Economia peronista, Sergio Massa. Na mente dos eleitores, uma dura crise econômica.

A inflação no país atingiu o nível de 138% ao ano em setembro e tem previsão de continuar a trajetória de alta, com os preços disparando 12% nos dois últimos meses. O banco JP Morgan estima que a inflação de 2023 vai fechar em 210%, enquanto uma pesquisa do Banco Central prevê 180%.

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Fernando Morra, antigo vice-ministro da Economia do atual governo, disse que o país corre o risco de uma hiperinflação semelhante ao que viu na década de 1980, quando preços mudavam diariamente. Numa tentativa de conter essa tendencia, o Banco Central da Argentina aumentou a taxa de juros de referência para 133%, o que incentiva a poupança em pesos, mas prejudica o acesso ao crédito e o crescimento econômico.

O peso argentino está acorrentado a controles de capital desde a quebra do mercado em 2019, o que levou a um conjunto complicado de taxas de câmbio, onde os dólares são negociados no mercado negro por mais do dobro seu preço oficial, que é de 350 pesos pela moeda americana.

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As taxas de câmbio não oficiais populares incluem o dólar blue, o MEP e o “blue-chip swap”, embora a demanda por dólares através de canais paralelos tenha gerado ao longo do tempo dezenas de taxas diferentes, incluindo um “dólar Coldplay” e um “dólar Malbec”.

Dois dos três principais candidatos presidenciais, Milei e Bullrich, se comprometeram a desfazer rapidamente os controles de capital caso sejam eleitos. Analistas preveem que isto conduza a uma forte desvalorização da taxa de câmbio oficial.

Milei, mais radical, quer abandonar completamente o peso e dolarizar a economia, enquanto Bullrich diz que é a favor de um sistema duplo peso-dólar.

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Além da alta inflação, depois que uma grande seca prejudicou as exportações do país, as reservas de moeda estrangeira do Banco Central da Argentina estão chegando ao nível mais baixo desde 2016, e alguns analistas sugerem que estão até no vermelho. As baixas reservas ameaçam a capacidade do país de pagar dívidas ao principal credor, o Fundo Monetário Internacional (FMI), bem como de cobrir importações importantes.

A economia de Buenos Aires também está a caminho de encolher 2,8% este ano, de acordo com a última pesquisa de analistas do Banco Central. O impacto da recente quebra da safra de soja e a alta inflação devem aumentar os níveis de miséria no país, onde dois quintos da população já vivem abaixo da linha da pobreza.

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Rica em grãos, gás de xisto e lítio, há possibilidade de um impulso econômico se as chuvas ajudarem a colheita na Argentina. No próximo ano, um novo gasoduto também pode reduzir a dependência de importações caras de energia, enquanto a aumenta na demanda pelo lítio, material necessário para a produção de baterias de carros elétricos, pode beneficiar o país com grandes reservas.

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No entanto, a depender do resultado eleitoral e do clima, as oportunidades podem ser perdidas.

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